quinta-feira, 29 de julho de 2010

LENDAS E TERROR

Júlia era pequena quando veio passar uns dias aqui em casa. Como toda criança ela gostava de escutar histórias. Pensando bem, todos nós gostamos de histórias, não fosse assim o cinema, o teatro, as novelas não teriam espectadores. Um dia estávamos brincando com os irmãos e pais quando aconteceu a coisa de contar histórias e, de preferência história de terror. Os pequenos gostam deste tipo de história às vezes, quando a emoção, o medo principalmente, é confrontado em um ambiente seguro. Essa coisa de história sempre me faz lembrar um antropólogo, Etienne Samain, que escreveu um interessantíssimo livro sobre um dos povos do Xingu, os Kamayurá cujo título é Moroneta Kamayurá. Ali ele diz do valor das lendas e registra algo que acho precioso: Que o momento de contar uma história importa e muito. A história pode ser modificada pelo contador conforme for contada na beira do rio ou no espaço entre as ocas. Os índios têm isso claro. Por isso é sempre legal dar uma certa atenção ao ambiente. Quando meus filhos menores eram pequenos eles e seus amigos se reuniam em minha casa para contar-lhes as aventuras dos irmãos Sigurd e Sowelu, sempre acompanhados de um grupo de companheiros que se metiam em situações bem difíceis, porém sempre se saíam bem. As histórias eram inventadas ali mesmo, na hora, mas havia um certo ritual antes de começa-las. Tinha um clima. Os adultos não podiam participar exceto Cybele, que tem um sorriso que permanece como uma luz de criança em seu rosto. Era um momento quase sagrado.
Depois que cresceram, eles queriam que contasse as histórias do “livro da caveirinha”. Assim Sunna, minha filha, chamava o livro Cuentos y Leyendas de la Bretaña de Ros García-Lluis (recopilação), em cuja capa tinha uma morte esquelética com a tradicional foice. E na hora que Júlia pediu uma história de terror veio à minha memória aqueles agradáveis momentos com os filhos e seus amiguinhos e amiguinhas.
Naquela oportunidade contei uma história que aprendera quando criança e que aqui vai resumida: Um homem era ladrão de túmulos. Sabia de todos os enterros e dos enterrados, quem rico e quem pobre, quem daria lucro na cavucação das sepulturas e quem de nada valia. Vivia visitando os cemitérios às noites, cavucando covas, e roubando pertences dos defuntos. Vai daí que um dia encontrou um anel em um dedo feminino. Belo, de ouro e pedras. Mas o dito anel estava colado no dedo. Não conseguiu arrancar o adereço sem cortar o dedo e coloca-lo no bolso. Então fugiu do cemitério, pegou o carro e se foi. Mais adiante uma mulher pediu-lhe carona e, apesar do adiantado da hora não negou. Após alguns quilômetros notou que à pobre e silenciosa mulher a seu lado faltava-lhe um dos dedos. Perguntou-lhe então que tinha acontecido, como tinha perdido o dedo. O segredo da história, e o que a torna emocionante, não pode ser experimentado por quem lê; pois agora cabe ao contador, de supetão, agarrar quem escuta e dizer com a voz soturna: “Foi você”. Isso dá um tremendo susto no outro e aí reside a graça do conto. Graça ou terror (desgraça)? Quem escuta sempre se assusta, mas gosta. É engraçado como gostamos de emoções fortes. Claro que Júlia e os demais se assustaram, mas se divertiram também.
Hoje me lembrei muito dela e por isso quis contar, e partilhar com vocês esta história. Pode ser que logo lhes conte uma das histórias do “livro da caveirinha”.
Para vocês um abraço terrificante (rsrsrs).
Aureo Augusto.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

GENTE ESPECIAL NO VALE

Hoje me deu vontade de falar de algumas pessoas aqui do Vale que se destacam pelo seu esforço, vontade, inteligência. Vem-me à mente um Juceli. Ela se casou com Jucelino – engraçado que os nomes são quase iguais – e vive uma vida dura, com muito trabalho. Ele, pedreiro, labutou e labuta com barro, areia, tijolos e blocos. Juceli, incansável, ombro a ombro com o marido na labuta para amealhar os recursos que permitam oferecer a suas filhas a educação que merecem (e fazem por merecer). Quem chega na rua dos Brancos vai ver uma laje grande de mais de metro de altura com uma paisagem com o Morrão e uns mochileiros caminhando. A pintura foi feita por João Mendes, pintor autodidata daqui do Vale – volto a tratar dele daqui a pouco – e atrai a atenção para uma lanchonete simpática. É a lanchonete de Juceli, onde podemos comer iogurte, bolos, tortas doces e salgadas, pão integral e muitos etceteras. Quem vê o lugar não tem idéia de como começou Juceli. Vendia geladinho na rua, na feira e nem sempre vendia, mas insistia. Depois fez uma primeira barraca e uma segunda, onde sua filha mais velha, Jucilene, colocava sua produção artesanal para vender. Enquanto isso conseguiu fazer a atual lanchonete, trabalhando muito. São quatro as filhas e não desmerecem os trabalhos dos genitores:
Jucilene foi aprovada no vestibular para Engenharia Florestal em Erexim, no Rio Grande do Sul; mas ela optou por estudar a mesma carreira na Universidade Federal de Pelotas, também no Rio Grande do Sul, onde também foi aprovada. De malas prontas para ir morar em um lugar muito diferente da Bahia, mas feliz com as portas que se abrem. Ela já abriu outras portas, pois se formou em belas artes pela Universidade Federal da Bahia e enquanto estudou artes formou-se em Inglês pelo ACBEU e em Espanhol pela UFBa. A moça não é pra pouco!
Jucimara a que veio depois na lista de nascimentos, tem dois filhos e interessou-se pelo circo onde alcançou o posto de professora na escola de circo aqui do Vale do Capão. Agora foi aprovada para uma bolsa da FUNARTE de artes circences. Para o nordeste haviam apenas 3 vagas. A danada abocanhou uma delas e já está arrumando as malas para ir morar no Rio de Janeiro por 10 meses quando frequentará a Escola Nacional de Circo.
Girleide está matriculada no curso de Artes Plásticas da UFBa, grávida, deu uma parada para cumprir o desígnio que fez para si e logo retornará aos pincéis e livros.
Danúbia, a caçula, faz Engenharia de Pesca pela USRB em Cruz das Almas.
Que turma! O Vale do Capão tem produzido uma boa quantidade de estudantes que freqüentam ou freqüentaram a UFBa – e, registre-se, mesmo antes das cotas.
Pena que nem todos os jovens enveredem por estes caminhos, as moças demonstram mais interesse e vão em frente, já os rapazes, tendem a preferir abandonar a escola... Mas hoje não quero pensar nessa tristeza. Para fechar falo de um rapaz muito especial:
João Mendes, que citei acima. Ele é uma pessoa tranqüila e silenciosa. Quem passa por ele não percebe o que é. Por conta própria deu de estudar inglês e o resultado foi que já substituiu professor no ginásio local, em uma situação emergencial, e não fez feio, muito pelo contrário. Mas onde brilha mesmo é na pintura. Ele é um pintor de mão cheia. Seus quadros em pedra iluminam todo o Vale. Garimpeiros, paisagens etc. O legal é que está conseguindo reconhecimento, pois, por ocasião do Festival das Quaresmeiras que aconteceu aqui no Capão, ele vendeu bastante. E merece. Supera-se. Cresce sem parar. Tenho uma profunda admiração por este sujeito.
Por hoje fico com estes exemplos. São muitos. As pessoas especiais pululam neste lugar especial.
Recebam um abraço muito especial, Aureo Augusto.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

PROJETO CHAPADA FESTEJA RESULTADOS NO IDEB

O Instituto Chapada de Educação e Pesquisa (link ao lado), que juntamente com várias cidades da Chapada Diamantina e do Semi-árido, leva adiante o Projeto Chapada está festejando os resultados do IDEB e da Prova Brasil este ano. Como no ano passado, o melhor IDEB da Bahia no Fundamental I está com Boa Vista do Tupim, um dos municípios da rede. As notas desta localidade são excelentes e vale registrar que a partir de determinados pontos, a continuação do crescimento na nota vai ficando cada vez mais difícil, mas esta cidade não parece sentir estes efeitos.
O IDEB de Boa Vista do Tupim em 2005 era de 2,2 porém os investimentos em educação e a precisão no implemento das práticas promovidas pelo Projeto Chapada levaram a que em 2007 o resultado passasse para 4,8, algo que despertou a atenção do Brasil, mas não o suficiente a ponto de os governos estadual e federal, bem como instituições de pesquisa em educação se interessasse pelo fato. O, à época, Secretário de Educação da Bahia estava em reunião com os municípios que participam da rede do Instituto Chapada quando foi divulgado o resultado, e ele informou que estava chegando de Brasília e lá comentaram sobre Boa Vista e Ibitiara (que em 2007 foi o primeiro lugar em Fundamental II) e ficou surpreso porque aqueles municípios participavam da rede com a qual estava reunido, mas, infelizmente, além da surpresa nada mais aconteceu. Agora o mesmo município alcança o IDEB de 5,8. Um número muito significativo. Observe-se que para as autoridades da educação em Brasília, apenas em 2021 é que Boa Vista do Tupim alcançaria o IDEB de 4,5 e, no entanto, já agora, em 2009 (o estudo federal é feito no ano anterior ao ano em que é anunciado) alcançou a significativa cifra de 5,8. Boa Vista do Tupim e o ICEP estão de parabéns.
Mas não apenas Boa Vista está se destacando na educação na Bahia, e a Chapada Diamantina e o ICEP estão mostrando que é possível educação de qualidade, sem custos exorbitantes e, até agora, sem apoio efetivo dos centros de poder estadual e federal.
Motivos para comemorar:
1. Primeiro lugar, melhor IDEB do Estado da Bahia: Boa Vista do Tupim com nota de 5,8 e na prova Brasil 6,3! Nunca é demais repetir!
2. Segundo melhor IDEB do Estado da Bahia: Piatã.
3. Terceiro melhor IDEB do Estado da Bahia: Ibitiara.
4. Nada menos que 99% dos municípios da rede avançaram nas Médias de língua Portuguesa.
Observe-se que dentre as cidades da rede do Projeto Chapada, todas, sem exceção, superaram as projeções que o governo federal fez para elas. Explico melhor: O Ministério da Educação considerou que 3,2 seria a nota em 2009 de Souto Soares, porém esta cidade alcançou 4,4. A projeção para Ibitiara era 4,3 mas deu 5,0. Pensaram que o máximo que Utinga alcançaria seria 2,5 mas este município alcançou 4,0! Para Irará, no semi-árido, mas que também faz parte da rede, 2,8 seria a meta, mas ela alcançou 4,3! TODAS as cidades da rede superaram os valores que supostamente alcançariam. Esta é uma grande vitória.
Note que a maior parte das cidades que partilham entre si o jeito de educar proposto pelo Projeto Chapada (que, convém registrar, é uma criação local) alcança um IDEB maior do que o do Estado da Bahia, que é de 3,8. Cidades importantes da Bahia ainda deixam muito a desejar quando o assunto é educação. Salvador, capital do estado, alcança um nota de 2,8 no IDEB, um resultado pífio, para nossa infelicidade. Feira de Santana, a segunda cidade em importância na Bahia, tem resultados melhores do que a capital, pois seu IDEB é de 3,1 embora ainda muito inferior aos das cidades da rede ICEP. Como medida para comparação, Minas Gerais, o estado que historicamente tem investido mais em educação no Brasil, tem um IDEB de 5,6. Na Bahia apenas as cidades que fazem parte da rede do Projeto Chapada se aproximam deste valor.
Uma pergunta que merece contemplação: Por que cidades pouco reconhecidas economicamente, do interior da Bahia, que não dispõem de recursos abundantes, conseguem avançar tanto?
A resposta é relativamente simples: Seriedade, organização, vontade política. O Projeto Chapada propõe formação continuada vinculada ao contexto de trabalho de coordenadores pedagógicos, diretores escolares e professores com acompanhamento próximo dos profissionais. Quando uma cidade alcança um nível razoável onde os diversos segmentos da educação se aliam ao executivo municipal, superando as barreiras políticas e politiqueiras, os resultados se fazem notar de imediato. Prefeitos, secretários de educação, diretores escolares, coordenadores pedagógicos, professores, pais e estudantes são chamados a levantar a bandeira por uma educação de qualidade, com foco na aprendizagem dos estudantes. A resposta positiva a este chamado é a garantia dos resultados.
O ICEP fica imaginando se a estas cidades fossem dadas melhores condições de apoiar seus estudantes e profissionais da educação, como, por exemplo, recebendo recursos para farta distribuição de material literário entre seus estudantes, fator considerado essencial para a criação de ambiente leitor e escritor. Nesse o caso, o IDEB explodiria, o valor deste trabalho atrairia tanto a atenção que talvez a pergunta que vem não precisasse ser respondida.
Por que a mídia falada e escrita, as instituições acadêmicas, os altos escalões dos governos estaduais e federal dedicam tão pouca atenção aos resultados do Projeto Chapada?
Quanto à mídia, devemos reconhecer que a rede Globo já visitou várias vezes a Chapada Diamantina para fazer reportagens sobre estas pequenas cidades do interior da Bahia que estão conseguindo resultados surpreendentes. A revista Nova Escola com freqüência tem reportado sobre este trabalho, mas, a realidade é que nem estas importantes inserções têm chamado a atenção da governança nacional ou estadual, o que é intrigante.
Podemos considerar que tenha a ver com o fato de que o Projeto Chapada não se vincula a nenhum partido. Uma cidade que postule fazer parte da rede não será questionada quanto ao partido que o prefeito escolheu para se filiar. Pergunta-se à rede de educação municipal se esta quer arregaçar as mangas e sair da mediocridade em que o ensino público brasileiro mergulhou há talvez mais de um século. Esta postura apartidária, ou dito melhor, suprapartidária, pode ser algo que implique em desinteresse dos poderes maiores da república. Lanço isso como hipótese a ser estudada.
Outro aspecto é que o Projeto Chapada é muito barato. Sendo assim (mas também por que o ICEP não transige com o uso dos recursos), cifras monetárias gigantescas que tanto atraem as manifestações de aprovação são colocadas em segundo plano. Um município pagará por ano por cada aluno apenas em torno de R$10,00 para implementar as ações do Projeto Chapada, o que é pouco, tão pouco que foi este um dos fatores que levou a CEPAL, instituição vinculada à Organização das Nações Unidas a incluir o Projeto Chapada na lista dos vinte melhores da América Latina e Caribe em 2005. Mas o pior, esta sistemática de atuação em educação não garante lucros exorbitantes para grandes empresas. Não existe por trás do ICEP uma organização voltada para o lucro na educação, seja pela venda de sistemas, computadores programados, cursos rápidos e coisas assim. Ou seja, o Projeto Chapada não dá lucros financeiros. Dá resultados na educação e só.
Ocorre-me também que outro motivo é que o projeto é uma criação local. Foi elaborado por uma comissão constituída dentro de doze municípios da Chapada Diamantina, com o apoio inestimável do Programa Crer Para Ver da Natura e de educadores de peso do nosso país. O processo de construção foi demorado e procurou atender à demanda maior que é alfabetizar de verdade. Aliás, esta é uma das dificuldades do ICEP. Hoje a preocupação com a alfabetização nem sempre atrai os cuidados devidos. Pensa-se a escola como lugar de inclusão, de socialização, de ludicidade, de resgate das tradições etc. coisas muito justas indiscutivelmente, porém tem-se negligenciado o fato de que os estudantes entram na escola para aprender a ler e escrever de forma proficiente. Quiçá por isso também a visibilidade destas heróicas cidades que tomaram a seu cargo uma educação focada na aprendizagem dos seus estudantes não seja tão evidente.
Aureo Augusto é médico, faz parte do
grupo de sócios fundadores do ICEP e é
Cidadão Benemérito de Palmeiras-Ba.

sábado, 10 de julho de 2010

ROTINA E DISCIPLINA

Uma vez escutei Divaldo Franco afirmar em uma palestra que a “a rotina era a ferrugem da alma”. Fiquei absolutamente chocado com isso. Ainda mais eu que sou dado a esta ferrugem. Há algum tempo conversava com Sunna, minha filha, sobre a nossa tendência à rotina. Eu sou uma pessoa (e ela me seguiu os passos) a ‘obrigatoriezar’ as coisas, tornando-as “um saco”. Daí que quando descubro algo que me agrada, tenho a tendência a incluir aquilo em uma seqüência de outras tarefas do dia-a-dia. E isso é mortal. Isso é rotina. Isso é “ferrugem para a alma”. Nada há de bom que não seja com graça. Esta ‘obrigatorizaçao’ é fatal. Faz com que, quando não possamos (ou não devamos) por qualquer motivo fazer aquela coisa, nos dá a sensação de que algo errado estamos fazendo, que falta algo. Esta sensação levada a extremos é o Transtorno Obsessivo Compulsivo. A minha sorte é que sou avoado, o que me faz também perder de vista a obrigatoriedade.
No entanto, devemos entender que o organismo carece de certa rotina, ou melhor dito, de disciplina. Faz-se necessário que tenhamos hora para comer e para dormir, assim como para eliminar os excrementos. O corpo tem lá seus rituais e deles não se desapega, porque sabe que sem eles o seu funcionamento perderá qualidade. Porém, quando a disciplina não puder ser feita por qualquer impedimento não haverá nisso nenhum problema. Gosto muito de nadar todos os dias pela manhã, o que aqui no Vale do Capão é uma aventura deliciosa, já que há uma gostosa caminhada para chegar ao lugar ideal, sob o vento frio e com a paisagem envolta pela neblina. Quando saio da água e o meu corpo reage ao frio ao mesmo tempo atroz e agradável da água, e vem aquele calorzão delicioso que toma conta de mim, é uma sensação deveras agradável. Mas nem sempre é possível. Já aconteceu de estar fazendo um frio tão danado (já se registrou 6oC ao amanhecer) que simplesmente falta-me a coragem para entrar na água. Às vezes prefiro ir mais tarde, quando o frio se reduz. Como não tenho a obrigação (até eu consigo aprender com a vida!) de nadar todos os dias isso não me causa nenhum desconforto.
Carecemos de disciplinas. Queiramos ou não, somos reféns de uma alimentação saudável, de praticar atividade física regular freqüentemente e de outras coisas deliciosas como estas. Sem chegar a ponto de transformar tudo em rotina insossa – uma vez Sunna me disse que eu rotineiramente saio da rotina – devemos agir naquela linha divisória entre ter determinadas atividades regulares e estar aberto para a flexibilidade.
E aqui vai o meu rotineiro abraço para vocês. Aureo Augusto.