quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

VOLTOU A CHUVA DAS ÁGUAS

Na segunda-feira, como de hábito dormi como uma pedra. Mas no meio da noite em algum momento escutei chuva forte golpeando o telhado e reentrando no mundo dos sonhos sorri agradecido, mas não percebi a dimensão da chuva. Só tive realidade quando no amanhecer molhei os pés ao andar na sala da casa. Aí reparei que todas as velhas (e em certa medida queridas) goteiras ressurgiram a todo vapor.

As águas voltaram! Aqui no Vale do Capão sempre me encantou o exagero deste período, quando os rios se perdem dos limites, avançam sobre as ribanceiras nas margens, superam barreiras, arrastam troncos gigantes, deixam de lado o respeito pelas pontes. Havia já 5 anos que a “chuva das águas” tinha se esquecido deste lugar. Sabemos da seca inusual que assola a Bahia, levando dor para tantos. Aqui também aconteceu a debandada da chuva, mas não sofremos tanto quanto outros lugares. Mesmo assim foi triste, muito triste.

Hoje, quando escrevo estas linhas, é quinta-feira. Segue a chuva. Desde aquela segunda-feira não pude mais tomar meu banho matinal no rio. A quantidade de cisco (restos pequenos de mato) é enorme, na água e nas margens. O poço onde me banho está tomado de troncos enormes, retorcidos, embaraçados em uma confusão de gigantes.

Quando vim para o trabalho pela manhã o carro descia as ladeiras como criança no escorregador, e por isso não pude voltar para almoçar em casa. Agora tenho esperança que possa voltar com o pouco estio desta tarde. Um caminhão atolou na rua logo depois da escola pública; um pessoal que mora aqui há pouco tempo viajou e deixou os carros (um Fiat e uma Kombi) perto do rio – vixe! A água passou por cima. O povo ficou agoniado, mas não pôde fazer nada. Vários acidentes de moto por escorregões, lama e lama pra todo lado. A gente encharcada. Uma alegria!


Recebam um abraço molhado de Aureo Augusto.

3 comentários:

  1. Que delícia, caro amigo. Eu também amo chuvas, o tamborilar nas telhas, o farfalhar das árvores quando suas folhas se enchem de água e ela, como se espanassem, aspergem águas por todos os lados.

    Eu amo o tempo chuvoso, o frio menos o vento. Não gosto de ventanias, me dá medos.

    Tempos de chuvas me remetem à minha doce e gostosa infância no interior da Bahia. Graças a Deus, eu amo a chuva. Tenho pena daquelas que a ojerizam.

    Então, aproveito o seu texto para lhe desejar:

    Um Feliz Natal e um Ano Novo cheio de amor, paz, carinho e acolhimento neste verde vale belo e singelo.

    Chuvas de Bençãos Celestiais.

    Receba um abraço encharcado de gratidão.

    Ju

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    1. Oh querida! Quero que o seu ano novo seja repleto de felicidade e chuva.
      bjs em seu coração,
      Aureo Augusto

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