sábado, 18 de fevereiro de 2017

Cê viu?

Você viu naquele dia o silêncio que havia no mundo quando o dia sorrateiro desceu leve sobre o mundo? Fui ao rio e não havia galo puxando a manhã. Os pássaros estavam inibidos e brincavam entre as folhas de buscar o de sempre pra comer, mas se as folhas buliam era por suas leves penas, não havia vento...

Desci ao rio no frio de sempre e a água fez de minha pele o prazer do frio. Foi quando ouvi uma folha seca farfalhar seu voo, cair ruidosamente aos meus ouvidos. Foi o testemunho do mundo silente, pois quem ouve folhas leves levemente caindo?


Voltei a casa sobre a relva úmida e gélida, não havia nada que me dissesse de nada ou ruído, parei. Então percebi a gravidade das árvores. Olhando-as me dei conta de que seu silêncio se havia extravasado e agora ocupava inconteste bruma e manhã, pássaros e serra. 

recebam um abraço de Aureo Augusto

terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

AUREO AUGUSTO curso Teórico-Prático NATUREZA NA SAÚDE
Em Lothlorien (Vale do Capão), 21,22 e 23 de abril/2017

Um mergulho na Natureza, que inclui caminhadas, vivências, comida deliciosa e natural, experimentando saborear o Vale do Capão, um dos belos recantos desse nosso tão maravilhoso mundo.
Um passeio sobre a Natureza da Saúde, quando conversaremos sobre como fazer para gozar de SAÚDE por mais tempo, com um mínimo de despesa. Partilharemos conhecimentos sobre os processos que levam à doença e o que contribui para a manutenção da saúde.
Neste trabalho você entrará em contato com o Neohipocratismo (Naturopatia, Naturologia) que trabalha com os elementos da NATUREZA (água, ar, terra...) com o intuito de recuperar e manter a SAÚDE.
Carga horaria: 26 hrs
Inclui: curso; hospedagem; alimentação; vivencias e passeios
informações:
Aureo Prieto de Azevedo- aureoprieto@gmail.com
Lothlorien Vale Do Capão- centro@lothlorien.org.br     telefones: (75) 3344-1122/1129



sábado, 4 de fevereiro de 2017

ASSASSINOS!

A questão é que não recebemos o salário de dezembro, nem o de janeiro parecia seguro. Boatos e desinformação demais, até porque a comunicação e informação nunca foram o forte do poder público em Palmeiras. O problema é que a maioria vive apenas do trabalho no posto, do salário desse trabalho e a dificuldade presente tem duas faces:
1.       O que fazer para pôr a comida na mesa?
2.       Precisamos saber de alguma coisa, o que está acontecendo? O que está sendo feito? quando teremos o nosso dinheiro?
Por isso a equipe foi conversar com o pessoal das finanças em Palmeiras e os documentos que vimos nos deixou perplexos e devastados.

Trabalho há cerca de 10 anos na Unidade de Saúde de Caeté-Açu e pela primeira vez tive vontade de pedir demissão – e Natália e Raí me disseram que pensaram a mesma coisa.
Pode ser que esteja sendo movido pela tristeza, ou pela raiva, ou os dois, mas também pode ser que minha próxima afirmativa seja a expressão da verdade:
O que de pior a humanidade gerou foi a classe política.

Muita coisa nos foi mostrada com a documentação a que tivemos acesso. Por exemplo: de julho de 2015 a agosto de 2016 a nossa parcela do INSS foi retirada do nosso salário, mas não foi repassada para o governo federal. Então naquele momento o prefeito da gestão passada negociou o parcelamento da dívida que superava dois milhões de reais. As parcelas eram altas e para completar assinou um termo de compromisso segundo o qual se ele deixasse de pagar por dois meses o dinheiro que o governo federal manda para as cidades, para suas despesas, poderia ser sequestrado. E aí ele não pagou os dois meses seguintes (novembro e dezembro), vai daí que em janeiro todo o FPM foi sequestrado e Palmeiras ficou sem ter dinheiro para pagar os funcionários. Natália, Raí, Neide, Roseli... Eu mesmo não recebi, como Filipe não recebeu, ou Mariana, enfim, como qualquer funcionário da saúde, ou de outras áreas. Somos pessoas e fizemos a nossa parte, mas que espécie de jogo é esse que se jogou com nossas vidas?

E já tínhamos outro sofrimento a perguntar por solução: Dois colegas da equipe tomaram empréstimo consignado. Seus nomes foram para o SPC no ano passado. É que a gestão anterior retirou o dinheiro dos salários para entregar aos bancos – MAS NÃO ENTREGOU. Qual o nome que se deve dar a isso? Improbidade ou apropriação indevida? Sei que o banco no qual eu fiz um empréstimo consignado deu um prazo à prefeitura até o dia 10 do corrente mês para se explicar e pagar. Mas, se o dinheiro foi sequestrado, como fará? Meu nome irá para o SPC. Mas todos os dias vou trabalhar e cumpro o meu papel, dou o melhor de mim e acredito que o contrato que tenho com a prefeitura faz dela credora de minha honra, mas a recíproca mostrou-se falsa. Cumpro eu a minha parte, nós, os funcionários, mantemos o funcionamento dos serviços. Por que somos castigados pelo que de correto fazemos?

Então, o que faremos? Dívidas que não contraímos, perdas pelas quais não nos podem responsabilizar, mas cobram já que nossos salários não estão em nossas mãos. Como pagaremos e como fazer para ter em mãos a feira, o mercado, o material escolar...

Talvez possamos chamar os políticos de assassinos, pois matam a nossa vontade de continuar dando o melhor de nós. Labutam para que nos tornemos tão podres como o coração amargo e hipócrita que lhes macula o peito.
Aureo Augusto (esse texto terá continuação em breve).


Obs: Tivemos um refresco, pois recebemos o salário de janeiro no dia 3/1, mas o assessor do financeiro nos alertou que se não conseguirem anular a cláusula que permite o sequestro do FPM, não se pode garantir pelos próximos meses.