domingo, 28 de abril de 2013

VISÕES DE MUNDO E DE CURA


Muitas vezes enveredamos por caminhos lógicos e claros para nós no interesse de resolver problemas do mundo. Assim a medicina. Para a maior parte dos pesquisadores o caminho está traçado. Precisamos descobrir medicações cada vez mais capazes para, por exemplo, curar o diabetes, ou a hipertensão, ou AIDS. Os raciocínios estão centrados naturalmente nas causas destas e de outras doenças. Esta semana tive contato com um médico alemão que me descreveu algo bastante interessante que aponta para outra direção. Isso não significa que devamos abandonar o que já está sendo feito. Mas sugere ampliar o horizonte de busca.

Ele me mostrou vários pequenos vídeos num site da ARHF (Amma Response Healling Foundation) que faz um intenso trabalho na África com diversas enfermidades, incluindo AIDS. Os resultados são muito impressionantes, conforme podemos ver nos vídeos. O médico alemão, Michael Hartmann (49 anos), me disse que após ficar impressionado com o vídeo quis verificar sua veracidade. Afinal ele, conquanto trabalhe também com homeopatia, vem de uma formação acadêmica igual à de todos os médicos, com sua natural (e necessária) dose de descrença. Registro que Michael além de médico fez psiquiatria tendo se especializado em psiquiatria infantil. Pois bem, ele foi à África averiguar. E me disse que viu os mesmos personagens dos vídeos e conheceu outros que se tratam contra AIDS, diabetes etc. com resultados surpreendentes com medicações chamadas PC1, da inicial do seu autor, um homeopata que foi para aquele continente para ajudar as pessoas e que desenvolveu uma medicação que não é bem homeopática, mas cujos resultados impressionam também.

Quero que nossos pesquisadores se abram para estas possibilidades. Não acredito na negação das pesquisas científicas. Penso que precisamos apenas considerar outras opções, outras hipóteses, outras maneiras de encarar o existir. Acho uma pena que tenhamos fechado os olhos para outras dimensões do existir que não passam pela observação direta mensurável.
Veja o site, assista aos vídeos e pense em como podemos ampliar nossa abrangência.

Recebam um abraço abrangente de Aureo Augusto.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

ULTRASSOM, MULHERES E MISTÉRIO


Estou terminando o curso de Ultrassonografia Básica na Caliper, uma escola em Salvador, e estou muito feliz. Excelentes professoras (todas mulheres – tanto as professoras quanto as instrutoras) todas realmente interessadas em que nós, os estudantes (todos homens), consigamos aprender. É bem legal ver uma empresa se dedicando de verdade a cumprir seu papel. Hesitei um pouco ao ver o preço, é um baque no bolso, mas agora que tomei o curso e que amanhã é o último dia, vejo que valeu de verdade.
Não pretendo ser ultrassonografista, mas aguardo a chegada do aparelho de ultrassom que, espero eu e esperamos todos os demais funcionários, chegará para nós e para o povo, pois vemos que é necessário. Vou poder usar, e, reduzir a necessidade que os nossos vizinhos e vizinhas têm neste momento de viajar para fazer o exame. Em poucos dias, graças ao esforço da equipe que nos ensina, pude reconhecer as estruturas orgânicas, patologias etc. que não fazem de mim um especialista, mas que me possibilitam um excelente apoio diagnóstico.

Os colegas do curso agradaram-me enquanto pessoas. Incluso me surpreenderam com o tipo de conversação nos intervalos e na hora do almoço. Ao invés daquelas conversas chapadas e bidimensionais sobre carros e mulheres gostosas – nada contra carros e muito menos contra mulheres gostosas – tivemos a oportunidade de partilhar assuntos filosóficos sobre a vida e a profissão, sinal de que o mundo está mudando e que, apesar dos catastrofistas, a humanidade está indo em frente. Aliás, um sinal disso é o fato de que as mulheres ali estavam (como sempre) nos ensinando. Belas, adoráveis, sorridentes, amorosas e cuidadosas instruindo-nos na técnica e nos dizendo que técnica não precisa ser fria.

Nada nem ninguém é tudo ou é sempre. Sei que as mulheres são seres como nós somos (os homens). Elas padecem como nós dessa beleza que é ser um ser humano encarnado, vivendo as quatro paredes do viver, as quatro dimensões do existir. Mas agrada-me ver que as frações que compõem a unidade humana estão se harmonizando. Dirá alguém que vejo demais e a mais. Não! Olho para mim mesmo e sei dos meus tantos defeitos; não são poucos, mas eles não empanam minhas qualidades e tampouco implicam necessariamente em que eu não mereça receber os dons da divindade, a alegria do Grande Mistério.

Em 24/4/13, recebam um abraço misterioso, de Aureo Augusto.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

NOVOS (E ENGRAÇADOS) APRENDIZADOS

Estou em Salvador, passando pela maravilhosa experiência de aprender mais. Uma das coisas mais agradáveis da vida é saber que estamos diante de uma quantidade de coisas a aprender muito maior do que de coisas já aprendidas. Agora estou tomando um curso de ultrassonografia.

Ocorre que a equipe da Unidade de Saúde lá do Vale do Capão (Caeté-Açú) onde trabalho percebeu que necessitamos muito deste equipamento. Primeiro pensei em eu mesmo ter um e facilitar a vida do povo fazendo ultrassom (USG) no Vale para que o povo não precise se deslocar para Seabra, por uma estrada (pelo menos sua 1ª parte) terrível, enfrentando depois uma longa espera. Além de ter que pagar, com frequência, e valores mais caros dos que aqueles praticados em Salvador. Depois pensamos que talvez pudéssemos conseguir um aparelho para o posto e nisso estamos. Antevemos algumas possibilidades, e torcemos para que dê certo, se você, leitor souber de alguma coisa, conta pra nós. Lembre que o posto não dispõe de recursos.
Mas se chega o aparelho, alguém tem que saber o usa-lo e aqui estou eu, aprendendo feliz!

Ontem cheguei de viagem e no caminho me lembrei que havia deixado o livro de anatomia em casa. Por sorte o meu laptop recusou-se a funcionar e por isso, na hora que cheguei não consegui ler o e-mail de Marcelo, amigo em cuja casa estou hospedado. Como era pouco mais de meio-dia, fui ao restaurante Brisa comer. Lá chegando havia uma liquidação de livros excelentes, a preços ridículos. Assim comprei 3 livros de anatomia excelentes e um deles já vai para a nascente biblioteca científica do posto (aliás, doe livros bons – nada de coisa ultrapassada que você quer se livrar – para nossa biblioteca). Então revi que às vezes uma situação de impedimento – como o problema no laptop – pode ser uma oportunidade legal de compensar uma falha – o esquecimento do livro de anatomia.

Agora, no intervalo para o almoço do curso – partilhei a mesa com um colega extremamente simpático que, com os demais, contavam suas experiências nos postos de emergência de Salvador. Devo dizer que trabalhar no interior é maravilhoso, diante do que escutei. Este colega contou uma experiência que mostrou não apenas um exemplo dos riscos por que passam os médicos, como sua competência no jogo de cintura que lhe salvou a vida.
Uma senhora chegou morta ao pronto socorro. Os familiares estavam revoltados e, sem perceber que a mulher já falecera, ameaçavam os funcionários com revólveres em punho, afinal tratava-se de uma família, por assim dizer, “da pesada”. Quando o corpo deu entrada no serviço, o médico percebeu o risco que todos os funcionários corriam e a enfermeira de pronto lhe informou que a mulher estava morta. Diante da reação de revolta armada dos familiares, num momento de súbita inspiração o médico olhou para a enfermeira e disse que quem definia se a pessoa estava viva ou morta era ele. O que parecia ser uma conduta de arrogância, uma espécie de “cala a boca, ponha-se no seu lugar”, revelou-se a salvação de todos. Então tocou no pescoço e disse: Está viva e ato contínuo começou os procedimentos de ressuscitação, inclusive entubando o cadáver. A família assistia à distância os esforços inauditos da equipe na tentativa de salvar à suposta doente, já morta. Depois de algum tempo de esforços, o médico disse em voz baixa a uma colega que continuasse fingindo e que depois fosse anunciar a perda. Então foi explicar à família os procedimentos que estavam sendo realizados. A família sensibilizou-se com o esforço e quando a médica, por fim, veio com a triste notícia, todos já estavam “amaciados” e aceitaram com mais tranquilidade a morte da matriarca.

O médico conseguiu transformar uma situação vexatória em vitoriosa para a equipe que agora (havia na mesa dois colegas que presenciaram o fato) ri de uns momentos nos quais, com certeza na hora da confusão foram extremamente tensos. Como bem disse o referido médico: “Temos que ter jogo de cintura e levar a vida com graça”. E está coberto de razão.

Recebam um abraço grato de Aureo Augusto.

quinta-feira, 11 de abril de 2013

PELE E SAÚDE


Em outro momento comentei como o excesso de proteção à pele pode nos tornar friorentos e, mais ainda, é possível que isso nos torne mais susceptíveis às enfermidades. Ocorre que na medida em que deixamos de expor a superfície do corpo às intempéries, ou seja, à ação dos elementos naturais como o frio, o vento, o sol etc. perdemos a oportunidade de estimular a circulação do sangue na pele. Este órgão, que por sinal é o maior do corpo, também é conhecido como terceiro rim, porque tem um importante papel na limpeza do organismo. O antropólogo R. Leakey comenta no seu A Evolução da Humanidade, que a nossa pele é muito mais efetiva como órgão de eliminação e trocas do que a dos demais mamíferos. Por outro lado, o nosso rim não é tão capaz quanto o dos cães, por exemplo. Portanto precisamos da pele para contribuir com os demais órgãos encarregados da eliminação dos produtos tóxicos presentes no organismo.

            São cerca de quatro litros de sangue em nosso corpo. Este sangue precisa circular. Quando ele passa pela pele e pelos rins será purificado, mas se as arteríolas da pele estão contraídas, o volume do sangue que aí chega é menor. Ora se o sangue não está na pele terá que congestionar os órgãos internos. Se você já teve congestão nasal sabe como é desagradável excesso de sangue em algum lugar.
Portanto fico preocupado com as crianças hiperprotegidas pelos pais (principalmente as asmáticas); impedidas de viver livremente, correr e banhar-se nos rios, “pés descalços, braços nus” como disse o poeta. Penso que melhor seria deixa-las livres. Quando uma criança está todo o tempo abrigada, seu corpo não sente necessidade de levar o sangue até a superfície do corpo para aquecer a pele (uma das funções do sangue é levar calor). Daí, esta recebe menos nutrição e também deixa de cumprir uma de suas funções que é eliminar toxinas.

Porém, isso não significa que devamos deixar as crianças totalmente expostas às intempéries, pois os estímulos do ambiente devem ser em certa medida controlados. Dois cientistas, Arndt e Schultz, estudaram com cuidado esta coisa de estímulos e observaram o seguinte:
§Estímulos pequenos despertam a atividade vital,
§médios a aceleram,
§fortes, inibem,
§já os muito fortes a paralisam
.
Repare só: Se de repente todo o mundo ficasse cinza, sem nenhum estímulo visual, táctil, luminoso etc. nós morreríamos. A fome é um estímulo para que procuremos comida, mas o que Arndt e Schultz nos dizem é que se a fome for absurdamente grande é um estímulo excessivo e a morte sobrevém, não há energia vital que aguente. Quando expomos o nosso corpo ao vento e ao frio ele é estimulado a reagir ao ambiente, ampliando a circulação, entre outras coisas; isso implica em saúde. Uma criança asmática, nesta situação melhora da doença. Mas se o vento e o frio forem demais, o nosso corpo não consegue reagir e sofre. Uma criança asmática em uma situação desta piora. Há uma relação entre o estímulo e o corpo. Se o corpo não estiver preparado para o estímulo, não reage da forma adequada. Quando estamos com frio e ainda assim nos expomos ao vento frio, o nosso corpo não está preparado e nos resfriamos. No entanto, quando estamos jogando bola, com o corpo quente, nem nos preocupamos com o vento frio, pois sabemos que não nos fará mal.

Assim, os pais devem permitir que os filhos se banhem no mar e no rio, desde que os aqueçam antes e depois que entrem na água fria. Claro que em lugares, como o nordeste do Brasil, onde o mar não é frio, esta preocupação não é grande.
Outra coisa: Desliguem o chuveiro elétrico. O banho morno vai ensinando a sua circulação a não ir para a pele. Sei que isso é bem difícil, mas depois que vocês se acostumarem verão como é legal.

Recebam um abraço gelado de Aureo Augusto.