Tenho caminhado pouco. É tanta coisa pra fazer que acabo não
fazendo o exercício que mais gosto, depois de rachar lenha.
Constatei e decidi ir ao posto a pé. Quatro quilômetros já é
alguma coisa. E esse algo é doce ao gosto de cheirar o mato, ouvir a música da
minha gente: “Ei Dôtô, quer carona? Não, tô a fim de caminhar”. “Ei cadê o
sapato? Cansa menos descalço e além disso é economia da boa (risos dos dois
lados)”. Uma canção na alma, mesmo que não na rima.
No meio do caminho encontro o prazer da pele e do riso,
abraço Patrícia, e ouço dela que nunca mais me viu e de mim pra ela o mesmo e
de volta que é bom, pois nunca mais adoeceu e Jaci sai correndo pra me gritar
alegre bom dia e botar pra dentro o cachorro traquina.
Chego ao posto e o povo já na espera (inda faltando bem
tempo pra abrir, que é às oito), o povo ri de mim, como sempre ri e é saboroso
escutar os olhos da gente celebrando minha criancice.
Em 6/12/17. Recebam um abraço caminheiro.