sexta-feira, 17 de agosto de 2012

FRIO E ATIVIDADE


Primeiro o vento derrotou todas as possibilidades de o dia surgir em silêncio. Depois ele mesmo, ruidosamente, permitiu um frio, ou melhor, ajudou o frio a penetrar os ossos dos seres viventes, fundir em tremor árvores e pássaros que quedaram mudos ante o assombroso do tempo cinza.
Já alto é o dia, mas os pássaros, ao contrário dos seres humanos, recusam-se o pipilar e o trinado. Ajustam-se aos limites dos ninhos.
Inquieta a humanidade parte ao labor, enxadas, pás, ancinhos e machados tornando frio em suor, nuvens chumbo em verde horta.
Assim somos nós, os humanos, um povo dotado do dom da construção de novos modos. E este dia frio e ventoso, quando as pontas de meus dedos pedem o calor dos cobertores, me faz estar aqui, matinalmente a escrever esta pequena ode à atividade desta raça inquieta.
Enquanto avançava através da neblina, divisava o caminhar dos meus vizinhos encolhidos por entre as nuvens, mas caminhando à labuta, suaves, sem pressa, mas certos do próprio destino. E admirei-os. E a mim.

Vai daí que escrevi esta ode ao que somos, e somos, entre outras coisas, nem sempre tão boas, mas somos iniciadores de possibilidades, construtores de futuros, aliciadores de sonhos.

Recebam um abraço de Aureo Augusto

domingo, 12 de agosto de 2012

ELEIÇÕES NO VALE DO CAPÃO


Época de eleições, como do nada surgiram paralelepípedos em vários lugares para fazer novos calçamentos, a escola está passando por uma grande reforma, os políticos vão e veem correndo atrás de promessas dos eleitores, barganhando por outras promessas, sempre maiores, sempre melhores, sem, contudo, dizer o como é que vão conseguir fazer tanta coisa. Palmeiras tem 3 candidatos a prefeito e a coisa já está quente. Só no Vale do Capão apareceram 5 candidatos à vereança, uma desistiu, mas alguns postulantes de outros lugares também ganham votos por aqui, o que nos faz pensar que o nosso vale terá pouca possibilidade de ter representante na Câmara. Quem vai gostar são os defensores do status quo, já que por tradição o povo daqui é o que mais questiona as atitudes de prefeitos e associados. Pelo meu gosto os candidatos se reuniam e decidiam por um nome e todos lutariam por ele, mas, será que todos os candidatos estão com o desejo vazio de ter emprego sem ter trabalho? Nininho foi vereador pelo Capão. Desistiu de candidatar-se para a reeleição. Tudo indica que, embora seja bem ligado em política, não se sentiu identificado com a forma, digamos, inadequada, com que os processos são conduzidos no meio. Pena que os honestos tendam a retirar-se (o que não significa que todos os honestos se abstenham de participar).


O povo se assanha, pois eleições municipais têm um quê de festa. Ganha-se muito, faz-se muito, aproveita-se muito. O povo fica animado com a chance de conseguir aqueles exames que necessitava há muito e que os políticos dificultaram a consecução para depois fingir que conseguiram para as pessoas. E o povo agradece, não sei se matreiramente, cônscios de tudo ou ingenuamente, achando que os caras são mesmo legais - ou os dois casos estão presentes no mundo. Tem gente como Landinha que uma vez o cara lhe comprou o voto por 20 reais, aí se lembrou que já havia prometido a outro. Foi lá e devolveu o dinheiro porque não poderia faltar com a palavra. Pena que os políticos não veem as coisas pelo mesmo prisma de Landinha. Pelo menos resta o consolo de que hoje ela não mais vende o voto, pois a minha gente querida do Capão está mais consciente e discute mais o que é melhor e o que é pior.


Fico acompanhando a movimentação dos políticos e percebo que este no quem quer que ganhe para prefeito terá pouca margem de vantagem. A disputa é dura, mas o que eu gostaria mesmo é que eles se sentassem em uma mesa redonda, para discutir como cavalheiros e damas desinteressados o melhor para este lugar. Palmeiras é um lugar muito legal, com uma gente adorável. Palmeiras merece mais.

Recebam um abraço eleitoral (rsrsrs) de Aureo Augusto.