sexta-feira, 4 de julho de 2014

HORIZONTALIDADE

Partilho com vocês um poema que fiz em abril deste ano:
            HORIZONTALIDADE
A vida tem todas as possibilidades de grandes glórias e aventuras
E elas, as possibilidades, aí estão espreitando-me;
Alegra ao meu coração aventureiro poder flertar com elas
E saborear em alguns momentos coisas afins com a conquista
Com descobertas de novos mundos e alegrias feitas de fantasia.

Então, quando os meus membros se cansam de aplaudir as ilusões
E quando as pálpebras e as sobrancelhas se exaurem do assombro
Olho para o oco em meus pés, o pó entre os dedos sujos
Sinto aquela agradável sensação de cansaço na panturrilha
Depois de uma caminhada bem longa, voltando do trabalho.

Quando chego em casa ao anoitecer acompanhando o espichar-se das sombras
Conheço o sabor do ar penetrando olorosamente os recônditos de meu cérebro
Dizendo-me onde isso ou aquilo, cada coisa, distribuindo-se no meu pequeno mundo
Em que cada suspiro e riso, cada piscar ou rir, enfim nada está em nenhum lugar
Habitado pelas potestades celestes, glórias extraordinárias ou epítomes de prazer.

Sento-me diante da lareira apagada (se não faz frio);
Naquele lugar os momentos de percepções geniais
São uma alegria tão grande quanto o sabor comum do meu dia
Ou como as costas sentindo o tronco da árvore no repouso.

recebam um abraço horizontal de Aureo Augusto.