Estou impressionado com a quantidade de pessoas com
deficiência ou insuficiência de vitamina D. Tenho solicitado a avaliação
sanguínea desta vitamina e estou pasmo. Eu mesmo estava com insuficiência da mesma
(e estou tomando as devidas providências). E isso acontece por um motivo muito
simples: Eu e todo o mundo sabemos que a exposição demasiada ao sol pode causar
câncer de pele. E ninguém quer ter câncer de pele.
Não sou muito de usar protetor solar, porque tenho asco da
gosma. Mas sempre procuro estar ao abrigo do sol quando vou aos rios. E a
maioria da população usa protetores solares. Tudo bem, mas com isso não nos
expomos à maior fonte de vitamina D que dispomos que são os raios UVB. Na
semana passada atendi na USF aqui do Vale do Capão uma mulher com todos os
sintomas de osteomalácia, cuja causa é deficiência de vitamina D. Os sintomas:
dor nos ossos (inclusive pode apertar a tíbia ou o externo e sente forte dor –
atenção: às vezes tensões psíquicas dão dor à pressão do osso externo, que fica
no centro do tórax anterior – nesse caso pode não ser osteomalácia), dor nos
músculos, fraqueza muscular, tremores como espasmos nas mãos, às vezes
dormências ao redor da boca etc. As crianças podem desenvolver raquitismo, que
é um conjunto de deformações ósseas, principalmente em tórax.
A osteomalácia é a deficiência de vitamina D com sua
consequente redução dramática da absorção do Cálcio. Este mineral não é
aproveitado pelo organismo na falta da vitamina. Registro novamente só para
ficar bem firme: não adianta ingerir toneladas de cálcio, pois sem a
vitamina ele não será usado. Pensemos nas pessoas que têm osteoporose e por
isso se preocupam com o mineral, mas não vão absorvê-lo por não tomarem sol.
Parece que estamos diante de uma situação do tipo “se correr
o bicho pega, se ficar o bicho come”. Tomando sol vem o câncer, sem tomar
osteomalácia (e muitos outros problemas, pois a vitamina D não é necessária
apenas para os ossos).
Temos receptores para vitamina D em todos os órgãos do
corpo. Estudos a estão associando a depressão, distúrbios digestivos,
circulatórios, aumento da incidência de cesárea (por fraqueza muscular, inclusive
do músculo que é o útero), entre outras coisas. O Dr. Holick, maior autoridade
mundial na vitamina D, considera que os prejuízos por não tomar sol são bem
maiores do que aqueles do tomar sol. Ele insiste em que temos que tomar sol nos
horários considerados mais perigosos. Mas nos adverte que se queimamos a pele,
aumenta muito a possibilidade de termos câncer. Assim devemos tomar sol poucos
minutos, expondo a maior extensão possível do corpo. Nunca deixar o corpo virar
um pimentão. O melhor é ir aos poucos aumentando o tempo de exposição sempre
protegendo o rosto (para não envelhecer a pele), até encontrar o ponto ideal.
Uma vez que expomos a pele convenientemente, então devemos passar o protetor solar.
Quero recomendar que leiam o livro de Michel Holick: Vitamina
D, Como um Tratamento tão Simples Pode Reverter Doenças tão Importantes, da
Editora Fundamento.
Mas tome atenção cuidadosa durante a leitura, para não sair por aí para se
estorricar no sol.
Recebam um abraço solar de Aureo Augusto.