Aí o povo é naquela azáfama. É pintar casa, capinar e roçar. Tem também que rachar lenha pra fazer a fogueira. Arranjar lenha seca, de árvore que há muito o vento ou a velhice matou. Troncos mesmo. Grossos. Depois o ramo comprido, verde, e os presentes que ficam lá em cima atiçando o desejo da gente. Fogueira de ramo é o que mais gosto. Quando cai todo mundo em cima, na maior confusão pegando laranja, merendas, abóbora, um coco, tanta coisa... Uma festa.
Há mais de mês que as pousadas já não têm mais vagas e o povo está alugando a própria casa e indo morar com os parentes nesses dias, somente porque a pressão do povo de fora pra vir para cá tem sido muito grande. O largo enfeitado e as comidas sendo acumuladas, varre-varre e beleza nos rostos. São João é ‘a’ festa. Desde criança é, para mim, a melhor. Naquela época fazia das minhas. Pegava uma bomba e prendia a ponta em uma bituca de cigarro que alguém houvesse descartado. Depois enterrava na lama. De longe, seguro, ficava olhando. Era um nervoso. - ´Tá demorando, pensava, será que o cigarro apagou? Não, que nada. Quando explodia era como sempre uma surpresa. Levava um susto porque era um esperado inesperado. Ria. Mas para quem passava na hora, a lameira voando em cima, ninguém ria! Uma vez um homem percebeu que eu tinha a ver. Ele me perseguiu por ruas e becos, suei, foi uma correria, sofri, “não foi eu, não foi eu”, mentia e corria. Menos mal que conhecia todas as vielas do bairro do Uruguai – ele não. Escapei. Ufa! Cresci e acrescentou-se o licor de jenipapo. Saiu a bomba com bituca de cigarro. Mas o São João continua sendo o lugar festivo mais legal. Forró e alegria.
Não sei bem quem se lembra do santo e porque a festa se faz. Não sei bem quem se lembra da fogueira que Ana acendeu. Não sei. Sei que a turma se esfalfa de quentão, licores vários, amendoim cozido, milho assado, cozido, amendoim torrado, canjica, mungunzá, sanfona, triângulo, zabumba... Frio e calor.
O povo do Vale está feliz!
Recebam um abraço junino de Aureo Augusto.
Áureo, sou louca por São João, para mim a festa mais bonita, alegre, solidária. Atualmente é um período também com uma certa tristeza,porque sinto muita, muita saudade de meu pai, pois costumava viajar para Valença nesse época e fazíamos uma fogueira em frente a sua casa.
ResponderExcluirFarei uma fogueira aqui em minha casa no São Pedro, para agregar os amigos, e curtir essas festas tão bacanas.
Apesar da simpatia por São Pedro e São João, eu acendo mesmo minha fogueira é pra Xangô.
um abraço
Oi Martha, Tb sou fã desta festa. Vc tem razão; tem uma coisa de solidariedade nela. As pessoas se congregam até mais do que no Natal. Aqui o Vale está todo lindo, o povo se reuniu pra enfeitar a praça. Está uma beleza. E tem as fogueiras.. Esta coisa de ficar ao redor do fogo é mto antiga, a humanidade sempre gostou disso. E continuamos gostando. Feliz São João.
ResponderExcluirÁureo, tdo bem?
ResponderExcluirGostaria de mandar um livro de presente para vc. Manda seu endereço para mim, se preferir, envie para meu email: mgalrao@gmail.com um abraço,
Presente!? Uau!!!! Meu endereço é
ResponderExcluirVale do Capão, sn,
Distrito de Caeté-Açú
Palmeiras-Ba
46940-000
Estou aguardando.
Acabei de chegar do...........Rio de Janeiro...rsrs. Fui passar o São João, pois meu filho mais velho está passando uma temporada lá e foi o niver dele.
ResponderExcluirFiquei feliz, muito feliz, porque reuni minha pequena família, lá: marido, filhos e nora.
Passeamos bastantes, ficamos hospedados em Copacabana, achei a qualidade de vida dos cariocas que moram na zona sul, excelente, especialmente idosos e vi como Salvador está bem atrás.
Mas nem parecia ser feriado junino. Parece que tinha uma forrozim lá pelas bandas de São Cristóvão mas não nos aventuramos a ir, pois apesar da maquiagem de segurança que eles tentam transmitir, sabemos o quanto o Rio está violento.
Então senti saudades. Saudades do meu vilarejo, Cações, aonde todos os anos ficamos reunidos em torno da fogueira, nos aquecendo pois o vilarejo faz um frio delicioso nesta época do ano, comendo todos os quitutes típicos dos festejos juninos, bebericando delicioso licor de jenipapo, sentindo o cheiro da pólvora dos fogos e dançando um forrozim bem gostoso.
Eu, especialmente, que amo dançar, danço nem que seja sozinha, pois marido, de uns tempos pra cá, está na idade do condor: dor aqui, dor acolá...rsrssr.
Caro, Áureo, estas pitanças que vc fazia quando menino, eu tb já fiz e muito. E meus filhos tambem. Atualmente eu fico atrás do caçula, já de 17 anos que faz as mesmas travessuras com bombas. rsrskkkkkkkkkkkk.......pra desespero de alguns...rsrsrs
Mas como diz a música: "VIVA SÃO JOÃO, VIVAAAAAAAA" tudo é festa, nestas bandas do nosso delicioso Nordeste.
E como alguém já escreveu aqui, pretendemos sim, no São Pedro, render homenagens, mesmo atrasadas, ao nosso querido São João que junto a São Pedro, tambem receberá a sua fogueira..rsrrs. Afinal João e Pedro são da mesma tribo, né?
Receba um abraço bombástico...rsrsr
Jussiara
Deixo pra você Aureo, minha história.
ResponderExcluirhttp://www.manualparadespabilarse.com/2011/06/borrar-la-historia-personal.html
Visitei o site de Francisco Alcoholado e recomendo. Sua maneira de escrever e a profundidade que imprime vale para todos nós.
ResponderExcluirJussi, vc deve ter sido danada! Eu era mais pra quieto e medroso, como dá pra perceber (rsrsrs).
Pra dizer a verdade, sempre fui sonsa...rsrsrr e pintei horrores mas sendo a primogênita eu tinha que manter a classe..rssrr
ResponderExcluirEu posso imaginar a delícia que foi o São João no Capão.
Vou visitar o blog citado.
Abraços.
Acredito que neste Sâo João a população do Vale chegou a duplicar. Mesmo assim foi um clima ótimo. Tendo ocorrido poucos incidentes violentos. Antes de começar o São João um sujeito drogado arranjou briga e a população teve de contê-lo e envia-lo para a delegacia. No mais foi tudo mto legal, com os bêbados e as bebedeiras de sempre, o clima mto frio, banhos de rio, alegria e um clima geral de tranquilidade.
ResponderExcluirAmei,
abração
¿El doble de la población en un feriado?... Nossa!. Eso son 2000 personas mas o menos ¿no?. El valle que conocí era un lugar sólo para iniciados, y poca gente conocía de su existencia. ¿Asfaltaron el camino que llega tanto turista ahora?.
ResponderExcluirBesitos.
Não, infelizmente a estrada continua igual. A populção daqui é de mais ou menos 1200 pessoas. Foram mil visitantes. Há poucos minutos alguns nativos comentaram comigo que a qualidade das pessoas que vieram foi bem superior ao do São João passado e isso é mto bom.
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