quarta-feira, 20 de abril de 2011

VISITANDO A TURMA DO BLOG

Fico curioso quanto às pessoas que seguem regularmente o blog. Recém descobri que quem coloca nome ou pseudônimo, pode por também dados pessoais. Então fui visitar a turma. A maioria coloca apenas os sites que acompanha, o que é pouco, mas já me diz dos seus interesses. Como Margot e Wildes que, respectivamente, têm a ver com Morro do Chapéu e com café. Alguns velhos amigos e amigas também apareceram, o que me causa alegria e outros a quem admiro seguem o blog o que me faz muito bem. Também conheci pessoas que têm blogs e/ou que têm características e trabalhos fascinantes. Kátia Borges é bióloga, professora da UNEB e trabalha com nutrição; penso que ela vai adorar conhecer Mariana Rocha que é pós-graduada em Nutrição Funcional. Uau! Pensem um papo delas duas e imaginem agora se entrasse na conversa Miriam que é nefróloga pediátrica e trabalha com medicina natural. Enquanto Paulo J. Coelho nasceu em Angola, mora em Portugal e há de ser bem interessante conversar com uma pessoa que diz: “por cima de mim só tenho o Céu, por baixo só a Terra...”. Neila é jornalista, quase um bocado de coisa, conforme ela mesma reporta. Natureza França tem uma apresentação digna de quem tem no nome a Natureza. Tive vontade de escutar Felícia de Castro (Rosário) que é atriz e sabe tudo sobre a arte de fazer rir, sendo co-fundadora do Grupo de Teatro Palhaços Para Sempre. O depoimento de Josenice Simões me tocou profundamente; ela é Agente Comunitária de Saúde, e daquelas que querem, e fazem. Gostaria muito que tivesse a oportunidade de conversar com as ACS daqui da USF onde trabalho, pois são como ela, jogam duro no trabalho e o fazem com prazer. Ainda tem a Cláudia Rangel uma pessoa com a crença de que a coisa mais interessante neste novo século é a educação; seu blog cujo título é ilhandarilha, é muito legal. Fui lá ver. Nhaii é apaixonada pelo Canadá, e passou muito bem no vestibular na UFBA. Tentei colocar os parabéns no blog dela, mas não consegui. Ainda tem a turma do Vale do Capão, como Zete, Guirá, Enilzete, Joziele (que tem seu blog), as filhas de Juceli, um bando de gente que me dá o prazer de encontrar aqui (no blog) e aqui (no Capão). E o povo que há muito não vejo fora da virtualidade do net-mundo? Janete Pintassilgo, Lili Fadigas, José Neto, Narinha, Washington Bacelar, Mayara, Mariana de Alex, Vivina, Lelê, Elcio Sá (aí sim que tem muito tempo); bom, se for dar a lista, não saio daqui hoje... Imagino um encontro com toda esta turma. Vai rolar faísca, lampejos surgirão, tempestades de idéias! Sendo que Márcia Corina tem que vir com toda sua família de artistas.
Em realidade quero dizer procês que está sendo bem legal visitá-los no recanto do blog onde moram. Ademais de aprender um bando de novidades, dá uma proximidade legal. Uma coisa de grupo, de bando. Grato por isso. Seria legar ter o e-mail de todos.
Mudando de um pólo a outro: Quero informar que desde o dia 15/4 até o dia 10/5 estarei expondo pinturas no Instituto Lothlorien, no Vale do Capão. O título da exposição é CORES DE ABRIL, com quadros inspirados nas cores deste mês incrível no Vale, onde as quaresmeiras imperam. Venham ver.
Recebam um abração totalmente virtu-real de Aureo Augusto.

domingo, 10 de abril de 2011

HERMENGARDA e o ÍNDICE GLICÊMICO

D. Hermengarda, que vocês já conhecem, está com a glicemia levemente aumentada, deu 101 mg/dl, sendo o normal até 99. Não é nenhum problema maior disse-lhe, para afastar a preocupação, mas tem que cuidar, acrescentei, para não se despreocupar demais. Alertei-a para o fato de que certos alimentos são mais agressivos para o pâncreas (e mostrei as imagens que tenho no computador sobre o pâncreas, explicando-lhe suas funções relacionadas à glicose). Acabei explicando para ela que certos alimentos, em grande medida por sua deficiência em fibra dietética, têm um índice glicêmico elevado. Duro foi fazê-la não se assustar com o nome. Nós, médicos, usamos uns termos, que, se por um lado são válidos porque exatos, por outro, assustam algumas pessoas desacostumadas com os termos. Expliquei que este índice apenas relata através um número em que grau um açúcar, a glicose, se eleva no sangue. E quando a glicose se eleva no sangue, o pâncreas é obrigado a produzir mais insulina, podendo entrar em exaustão se isso se repete demais. Seus olhinhos brilharam me dando a entender que entendia a coisa. Expliquei-lhe também que quando o pâncreas libera insulina, esta vem acompanhada de outra substância, o IGF, que estimula a multiplicação celular, e, se a alimentação é rica em produtos cancerígenos e pobre em temperos naturais (leia a última postagem com D. Hermengarda, para saber porque insisti nisso), há mais chances de a pessoa desenvolver câncer. E é por isso que entre os diabéticos há mais câncer do que nas pessoas que não têm a glicemia elevada. Quem habitualmente come alimentos de índice glicêmico elevado e não gosta de integrais, terá mais possibilidade de desenvolver diabetes tipo 2.
Açúcar branco ou mascavo, mel, xarope de milho, arroz polido, farinha refinada, pão branco, biscoitos refinados, flocos de milho, geléias, compotas de frutas, refrigerantes, batata inglesa, são produtos com índice glicêmico elevado e devem ser usados com cuidado. D. Hermengarda arregalou os olhos. Expliquei-lhe que tudo bem beber um refrigerante num aniversário, mas não deve fazê-lo todos os dias...
- Mas e a batata? – me interrompeu. É verdade que tem este problema, por isso deve comê-la com bastante salada, para compensar seu, por assim dizer, defeito. Já batata doce, inhame, e aipim não têm índice glicêmico elevado (por sua riqueza em fibras). Ufa! Isso foi um alívio para ela. A abóbora tem índice glicêmico elevado, mas ao mesmo tempo é rica em nutrientes como betacaroteno. Por isso não devemos deixar de usá-la e sim combiná-la com cebola, alho porro, feijão, arroz integral e folhas. Já o mel, todos sabemos que há que ser evitado quando a glicemia se eleva. Ela entendeu e ficou contente.
Para minha alegria a velhinha não criou problema com o açúcar branco. Contou que quando criança só tomava café com garapa (caldo de cana). Seus pais guardavam um pouco de açúcar para servir às visitas. Não gosta de bolo e outras coisas do tipo porque doces demais, um sabor ao qual não se acostumou quando jovem. E, topou parar com os refrigerantes. Uma alma se salvou do purgatório, como se diz por aqui!
Recebam um doce abraço, mas com índice glicêmico baixo de Aureo Augusto.

sábado, 2 de abril de 2011

QUARESMEIRAS EM FLOR

Estou inclinado a pensar que este é o mais bonito período do ano aqui no Vale do Capão. O tempo que nos encontra desde o final de março, entrando por abril e até parte de maio (e às vezes maio inteiro) é o período da floração da quaresmeira. É inacreditável a quantidade destas flores espalhadas por todo o campo de visão. Olhando do alto, na chegada ao vale, vemos milhares de manchas que variam do rosa ao violeta puro, assaltando o verde onipresente. Elas ainda não abriram todas, mas já tomam conta deste pequeno mundo. Como se não bastasse, logo após a aparição das quaresmeiras vem outra flor, de uma planta chamada São João, que é amarela, de um amarelo vívido, luminoso que faz um contraste intenso com as flores anteriormente citadas. E, em menor quantidade, outras flores, estas sarapintadas de amarelo escuro, vermelho, violeta claro, rosa, azul, entre outras cores. E, ao entardecer, as quaresmeiras são tomadas por um discreto, mas notável, fulgor, como se tivessem uma fosforescência que introduz um brilho fosco.
Para mim esta é uma época para visitar este lugar. E fazer expedições, não para aventurar-se nas matas intumescidas de ruídos secretos e seres silenciosos e discretos. Sim, estes são passeios maravilhosos, como também é certeiro o prazer anímico de contemplar os amplos gerais. Mas agora é para buscar os lugares onde ver o espraiar-se do violeta, ou buscar esta ou aquela quaresmeira em especial que brilha em seu fulgor, em seu incêndio de cor. Como aquela que está por trás da casa de Reizinha. Ou aqueloutra do lado do terreno de Medinho e umas duas em Neneu... O visitante poderá também sentar-se a observar, só olhar, embeber-se de qualquer uma das árvores que beiram os caminhos. Ou, e isso é quase lisérgico, caminhar na terra escura, olhando obliquamente sem fixar nada, e entrar em estado alterado de consciência por causa da miríade de pétalas (que caíram das árvores) rebrilhando sobre o fundo escuro da terra. Sem nada mais que a ímpar beleza, sem nada mais que o contraste e a repetição aleatória das pétalas, o visitante atento, desabitua-se do comum e adentra um reino feérico.
E como se não bastasse, neste período temos o Festival das Quaresmeiras, quando acontecem apresentações de música, exposições, comidas especiais, principalmente nos feriados, mas também durante o mês de abril. É um período bem especial. Penso nos europeus do quinto século sedentos de especiarias porque elas lhes acrescentaram paladares. Este é um momento em que o Vale do Capão se reveste de especiarias em cor para ampliar nossa gama de belezas.
Venha e comprove.
Recebam um abraço quaresmeiral de Aureo Augusto.