segunda-feira, 4 de julho de 2022

NO VALE DO CAPÃO - ALIMENTAÇÃO E CÂNCER

 Hoje o sol deu as caras agora depois do almoço, corri no rio pra gostar de sentir a correnteza!

Gosto da chuva, quem não por aqui? É que aqui no Vale a chuva tende a ser apenas benção, mesmo quando se demora, e a grande maioria concorda que lama é melhor que poeira.

Mas o sol é (literalmente) uma luz e nos protege, inclusive contra doenças como o câncer já que com ele produzimos vitamina D que tem papel muito legal na modulação imunológica. Foi aí que pensava nisso e o pensamento foi mais adiante sem que eu pedisse.

Pois não é que o câncer sempre existiu, mas agora estamos no meio de algo que poderia ser chamado de pandemia de câncer. Béliveau e Gingras (in Os Alimentos Contra o Câncer, ed. Vozes) nos contam que a revista Time fez uma amostragem dos medos que temos e a realidade. A revista nos dizia que morrer de acidente de avião é um medo frequente, mas o risco de morte é 1 para cada 3 milhões de passageiros. De ataque de tubarão é 1 pra cada 280 milhões. De carro já é mais sério: 1 pra cada 7000 viajantes, mas o câncer atingirá 1 entre 3 pessoas antes dos 75 anos de idade! Nos EUA 600000 pessoas morriam de câncer por ano. Hoje é muito mais, pois o livro foi publicado em 2005.

E o que isso tem a ver com o nosso tão delicioso Vale do Capão?

Repare: Na Índia, China e na América do Norte o aumento do consumo de frutas e legumes tem sido responsável por redução em 30% da incidência de câncer em 25 anos. Tumores malignos de cólon e reto (intestino grosso) que estão entre as 5 maiores causas de morte por câncer no Brasil têm a ver segundo os estudiosos com o baixo consumo de legumes e frutas.

Aqui, nesse vale único, quando vim morar tínhamos problemas com a variedade de alimentação por causa das dificuldades com transporte, com ganhar dinheiro, entre outras coisas. Mas às 10 h da manhã tudo parava para comer jaca (quando na época da fruta). As crianças sabiam roubar frutas nas roças. Tá bem que o sal era o tempero e por isso todo mundo castigava, mas tinha suas compensações.

Hoje tem uma coisa chamada calabresa, não sei se já viram esse negócio. Antigamente era coisa rara, coisa de festa do padroeiro e veja lá. Agora é comida do dia a dia. Hoje temos uma coisinha até bonitinha, amarela, com jeitinho de ter sido feito de isopor, o nome é salgadinho. Deveria ser salgadaço!

Conquanto tenha aumentado a variedade de frutas e legumes, as crianças estão de olho é nesses salgadinhos, achocolatados (deveria ser açucarados) e temo pelo que vai acontecer no futuro.

Olho o sol e sou grato, aguardo para hoje de noite mais chuva, mais lama pro carro rabiar, mas também espero que a par da poesia que temos aqui à farta, vamos cuidar para que possamos nos debruçar na janela da vida até bem depois de muito tempo passar, felizes e saudáveis.

E sem boa comida não será tão fácil.

Grato de coração!

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