Ontem, sexta-feira, saí do posto com aquela sensação agradável de que tive uma semana produtiva, na qual pude ajudar meus vizinhos a melhorar a qualidade de vida. Estava cansado com aquele cansaço agradável depois do serviço que dá uma sensação de felicidade suave. Sempre que estou assim retorno para casa bem devagar escutando música ou cantarolando conforme volte de carro ou a pé. Véspera de carnaval, o Vale cheio de visitantes, olhava a cara do variegado número de pessoas incluído na denominação turista, ávida por experimentar o lugar.
No caminho encontrei uma pessoa que gosto muito, que foi minha colega na DEP (Dinâmica Energética do Psiquismo) e ela ficou muito surpresa e demonstrou grande felicidade por me ver, como se eu tivesse retornado do túmulo. Então me explicou que havia recebido a notícia que eu estava internado no Hospital Aliança em Salvador com um quadro grave e mortal. A surpresa feliz para ela e para mim nos fez rir bastante. Ao me despedir fui pensando com meus botões o porquê de estar tão feliz com a notícia. Dei-me conta de que tantas vezes deixamos de notar a glória incomparável que é gozar de boa saúde. Fui uma pessoa que na juventude teve muitos achaques que, graças a modificações na alimentação e demais hábitos de vida, atitudes e de pensamento consegui alcançar um grau de bem estar muito bom. Por isso tenho sempre uma sensação de que sou um sobrevivente, de que estou tendo uma espécie de prorrogação, de modo que, grato, procuro divertir-me ao máximo. O problema triste é que nem sempre mantenho a consciência disto e deixo-me levar por aborrecimentos nem sempre dignos de minha atenção. Naquele momento me veio muito clara a gozosa situação de não encontrar-me internado em um hospital e sim partilhando a vida com pessoas que amo, plantas, pequenos animais, paisagem que transborda-se em beleza ao meu olhar. Ah! Que bom estar aqui, agora e neste agora que escrevo, esperando no consultório uma pessoa para dar consulta, escutando o farfalhar da chuva abençoando a terra.
Não sei bem porque algumas pessoas alimentam suas almas com o veneno do divulgar males. Sei que existem pessoas que se especializam em mandar vírus para os computadores dos outros através da internet e que estes provocam danos, às vezes irreversíveis. Tento imaginar como deve ser a mente destes indivíduos e tenho alguma dificuldade. Sei que trabalhar com práticas que incitam à modificação dos hábitos de vida traz como uma das respostas em quem não consegue mudar o desejo de que fique eu doente. Nem todas as pessoas são como a minha amiga citada acima, que estava sinceramente compungida com o meu suposto sofrimento. Alguns sentem um alívio. Algo como: “Ah! Se ele está assim tão doente é porque seus conselhos de saúde não servem para nada, não preciso sacrificar-me seguindo-os”. E sentem um tremendo alívio. Esquecem que alimentação não é tudo. Tenho visto tantas pessoas muito rigorosas em sua alimentação, mais ainda do que eu, adoecerem por raivas, dores, decepções, sofrimentos e aflições. O mundo é vasto e o ser humano jamais poderia, dada a sua complexidade, ser reduzido a uma teoria ou a um conjunto de reações químicas. Pobre de quem crê em uma simplicidade simplória e mais pobre ainda aquele que põe sua força na força do outro, encontrando satisfação, justificativas e dor nos espelhos da alteridade.
Dá-me alegria viver no mundo moderno, onde a cada dia nos damos conta de que somos nós os verdadeiros responsáveis pela nossa felicidade e bem estar. Os demais são desejáveis exemplos, desejados conselhos, apoios insubstituíveis, parceiros em uma existência que jamais poderia ser sem parceria, porém está reservada a si a última palavra. Nós mesmos, sem desculpas externas somos chamados (por nós mesmos) a definir o que queremos da vida.
Recebam um abraço carinhoso (e chuvoso) de Aureo Augusto.
Valeu Aureo!!!!! Muitos anos entre nós, são meus desejos!
ResponderExcluirGrato Berna, por coincidência este tb é o meu desejo (rsrsrs).
ResponderExcluirAo contrário de você, Áureo, gozei de excelente saúde por quase cinco décadas, praticamente só tendo contato com hospital por ter trabalhado na farmácia da urgência do então INPS em 1976-77.
ResponderExcluirPorém, com um AVC em dezembro de 2000, entrei no século 21 ja "AVCezado", e nesta década já estive hospitalizado umas quatro vezes.
É muito bom, portanto, sofrer alguns achaques numa etapa mais inicial da vida, para procurar evitar os males nos períodos mais tardios.
A boa saúde da juventude nos inspira a falsa impressão de que a juventude (do corpo) é eterna.
Abraços com saúde.
tomara todo mundo leia seu comentário, Tesco. Principalmente os mais jovens.
ResponderExcluirGrato,