segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

HOMENS CUIDANDO

Confesso que nestas férias a preguiça foi grande, pelo menos para a escrita, porque em outras artes fiz muita coisa e daqui a algum tempo vocês vão saber. Mesmo com a preguiça deliciosa, escrevi a pouco:
Estava na praia sentado sob um sombreiro e observando o ir e vir das pessoas e das ondas. Então vi uma menininha de seus 2 pra 3 anos ladeada por dois marmanjos altos e já dando mostras daquela barriga de cerveja que assalta os homens (e cada dia mais às mulheres) após os 30 anos. A cena me tocou pela sua beleza e pelo que me trouxe em um mundo em mutação. A criança tinha o corpo perfeito, bem plantado, indicando uma boa criação, mãe e pai presentes. Lindo ver os dois homens (um era o pai e o outro, tudo indica, tio dada à semelhança com o primeiro) dando atenção real à intensa conversa da criança. Foram e voltaram por um bom tempo sob meu olhar e era marcante como prestavam atenção ao que dizia a criança respondendo-lhe ou comentando algo quando necessário. Quando retornavam pararam perto de mim e os dois pegavam água na concha da mão e molhavam a criança, pois o sol era forte e assim a refrescaram. Depois seguiram conversando.

O que observei ali: Dois homens cuidando. E o seu cuidar era muito presente e muito masculino. Não eram mulheres. Estamos bastante habituados a ver mulheres cuidando; e há um jeito feminino neste cuidar que alguns homens de alguma maneira também conseguem manifestar, o que é bom. Porém aqueles dois cuidavam da garota de uma maneira muito masculina. Foi isso que me causou admiração. O cuidar do homem pode ser (ou é) bem diferente do cuidar da mulher. A mulher tem uma tendência a uma proteção às vezes excessiva, algo como beberizar quem às vezes não é mais bebê. Um rapaz de tez muito clara estava também perto e entrou na água. Sua mãe deu-lhe um grito quando já estava um pouco avançado dentro do mar (um lugar bem protegido, sem ondas) e ele ficou em pé e mostrou a ela por sinais que a água mal lhe alcançava a cintura. E ele sabia nadar, como verifiquei em seguida. Pode ser que este cuidar feminina beberizante seja algo anormal de algumas mulheres, mas também há algo de gerar conchas de proteção. Aqueles homens me mostraram que o cuidado deles pode ser tão atencioso quanto o delas, mas diferente.

Hoje estamos vivendo momentos de transição, aonde a mulher vem assumindo papéis anteriormente vividos apenas pelo sexo masculino. Este, por conta do movimento das mulheres viu-se obrigado a se desidentificar daquele papel habituado pelo patriarcado há tanto tempo vigente e, como era esperado, perdeu algo do seu norte (e também do sul). Os dois sujeitos que vi na praia com aquela garotinha que se mostrava tão feliz e dona de si me mostraram que nós, a fração masculina da humanidade, estamos encontrando caminhos masculinos para demandas atuais, como aprender a cuidar, ser carinhoso, atentar para o outro, mesmo quando o outro é uma coisinha quase inaudível.
Em 6/2/12, recebam um abraço masculino de Aureo Augusto nesses últimos momentos das férias.

5 comentários:

  1. áureo, fui seu paciente em salvador, há muito tempo atrás,vou usar este espaço pra pedir seu email, nao consegui acessar.
    Eu sou rogerio e meu email é
    rcauka@yahoo.com.br

    grato, desde já, abraço.

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  2. Sem dúvida, Áureo, os cuidados masculino e feminino ainda são muito diferentes. A mulher se preocupa muito em exmplicicar mas, muitas vezes, substitui o jovem aprendiz, executando parte do que deveria ser ação desse aprendiz. O homem é mais "faça você mesmo", dando a impressão, principalmente às mulheres, de que são omissos.
    Verdade que carinho e suavidade ainda são novidades no comportamento masculino, atavismo do tempo em que o filho (filho, quem cuida de menina é a mulher!")quebrava a cara e o pai ficava rindo.
    Bem vindos os novos tempos!
    _Abraço.

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  3. Aqui em casa, marido também cuida e cuida muito bem, de todos nós.

    Mas...devo confessar: sou super protetora e ansiosa em relação a segurança de meus "pimpolhos"...rsrsr.

    Mas tenho me trabalhado e estou bem melhor.

    Um dos micos que eu lembro, foi quando eu fui passar uns dias no Club Med Itaparica com o meu filho mais velho,ele já com 22 anos e comecei a berrar na beira da praia do resort quando o vi velejando um windsurf calmamente e feliz. Eu achei que o vento tava levando ele. Foi um horror pois até os seguranças vieram ver o que estava acontecendo. Não precisa falar a cara retada que ele fez qdo foi resgatado e a situação incômoda para mim, ao perceber o meu estilo super protetor.


    Engraçado é que eu fui uma criança livre. Brincava na rua, jogava peão, fura-fura, esconde esconde e remava uma pequena canoa que minha vó tinha no seu quintal que dava para um belo rio,na minha querida cidade de Nazaré.

    Fui leve e solta e sou até hoje, em muitos aspectos e me tornei uma mãe assim. Super medrosa e super protetora. l

    Vá entender.

    Abraços a todos com liberdade vigiada...rssrrrs

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  4. Rogério, já mandei pra ti o meu e-mail. Abraço.

    Faço minhas as tuas palavras Tesco. Às vezes a mulher exagera. Certa feita vi um cara dizer na televisão que "o maior inimigo do homem é a mãe", claro que ele estava brincando, mas isso revela o excesso de algumas mães. Aliás, nem sempre a mulher está errada qdo ralha com os maridos pq eles não dão a devida atenção aos filhos;
    Embora devamos reconhecer que existem coisas piradas como Jussiara. Coitado de seu filho! Cara! essa foi horrível. Tomara tenha pelo menos aprendido a lição.
    Bem, o legal é que as mães são como tudo o mais: Alguns defeitos ao lado de mtas qualidades.
    beijão pra todos

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  5. srsrsrsr....continuo protetora mas não sou tão super assim. Tenho me cuidado. Por algum motivo, me tornei uma mãe assim embora eu tenha sido criada com liberdade mas os meus filhos tb tiveram uma infância feliz, de aventuras e este mesmo filho, aos 13 anos foi passar um feriadão no Capão......Sozinho....de excursão. Eu fiquei em cólicas, é claro, mas deixei.

    São todos adultos saudáveis..rsrr e eu não me arrependo de ser assim.

    Antes assim, do que ser desleixada, desligada, irresponsa....como eu vejo muitas por aí.

    Abraços

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