Dei carona a Edenice e sua filha mais velha, Maiara, que tem
em torno de 6 anos de idade. Íamos tranquilos quando a criança se assustou
porque uma galinha passou na frente do carro correndo o risco de ser
atropelada. Como eu dirigia devagar nada aconteceu. Depois de pouco tempo a
criança, pensando alto disse: “Se ele atropelasse ela, hoje eu ia comer
galinha”.
Há outra criança com 4 anos que também partilhou com a mãe
uma carona. Depois de algum tempo o pequeno queria me perguntar alguma coisa e
para minha surpresa dirigiu-se a mim como Dr. Natural. Achei engraçado este
apelido que acabara de receber e a mãe também demonstrou surpresa. Como será
que ela chegou a essa ideia?
Airam é muito ligado no avô e não concorda com o fato de que
este fuma. Então fez um desenho e me deu de presente, onde ele, Airam, está
vestido de médico e dizendo para o avô, deitado na cama doente, “Eu não falei
pra deixar de fumar?”.
Dei umas pequenas pancadas com a ponta de um dos dedos no
rosto de Piuzinha, uma jovem mãe aqui do Capão, para averiguar a sensibilidade.
Seu filho que tudo observava, quando terminei, olhou-me com um jeito matreiro e
comentou: “É, a jaca já tá madura”.
Jade ia fazer consulta. Então se escondeu cuidadosamente
enquanto eu me arrumava para chama-la. Quando saí da sala ela deu um grito e
quase eu caio no chão de susto. Ela morria de rir. Depois me presenteou com um
desenho com a cena, inclusive comigo com os cabelos em pé. Pensei que as
crianças de hoje em dia não têm mais medo de médicos. Que legal!
Estava vindo pro posto quando uma menino bem pequeno me
chamou para eu parar o carro, o que fiz. Então ele se aproximou com os olhos
marejados e me pediu que eu dissesse a um outro que estava mais adiante, que
parasse de abusa-lo. Obedeci, mas não sei o resultado.
Ana é bem pequena e é linda. Seus olhos mostram a inteligência
da menina. Sua avó teve que tomar diversas injeções no posto e trazia a criança
consigo. Então ela batia na minha porta e me pedia os carimbos (que sempre
tenho para a criançada) e os lápis de cor. Sentava-se no chão e ficava
desenhando. Atrapalhou um pouco as consultas, mas vocês precisavam ver a cara
terna dela, com uma certeza linda de que ali ela seria bem recebida e
realizaria seu desejo!
As crianças são um negócio a parte aqui no posto. Na verdade
não gosto de atender crianças doentes porque me dá agonia vê-las sofrendo;
devia ser proibido criança adoecer.
É verdade. Certa vez, quando fui diretora de uma escola em Ilhéus, e havia uma criança que machucava as outras e na conversa ela me disse: diretora me socorra. Eu tô com uma dor no coração! São muito verdadeiros. Adorei os seus causos de crianças! bj
ResponderExcluirE parabéns pela vida a partir de Janeiro!Que ela seja sempre plena!bj
ResponderExcluirGrato Eulina, pelos parabéns. Estou adentrando nesta vida nova com grande alegria (afinal agora ônibus é de graça).
ResponderExcluirHouve uma criança que me disse que sentia um tremor no coração em certa situação desagradável com a mãe. Ela era bem pequena e a própria mãe ficou mto sensibilizada com o que escutou naquela consulta. Os pequenos são especiais.
beijão
Sempre aprendemos com o jeito ingênuo e puro de olhar a vida, que as crianças nos ensinam.
ResponderExcluirNo meu trabalho não atendo crianças, basicamente porque não suporto lidar com o sofrimento dessas. Não é que o adulto mereça sofrer, claro, mas esse tem mais recursos, enquanto que a criança é completamente vulnerável.
Esta postagem é doce e divertida como as crianças.