sábado, 26 de janeiro de 2013

CRIANÇADAS


Dei carona a Edenice e sua filha mais velha, Maiara, que tem em torno de 6 anos de idade. Íamos tranquilos quando a criança se assustou porque uma galinha passou na frente do carro correndo o risco de ser atropelada. Como eu dirigia devagar nada aconteceu. Depois de pouco tempo a criança, pensando alto disse: “Se ele atropelasse ela, hoje eu ia comer galinha”.

Há outra criança com 4 anos que também partilhou com a mãe uma carona. Depois de algum tempo o pequeno queria me perguntar alguma coisa e para minha surpresa dirigiu-se a mim como Dr. Natural. Achei engraçado este apelido que acabara de receber e a mãe também demonstrou surpresa. Como será que ela chegou a essa ideia?

Airam é muito ligado no avô e não concorda com o fato de que este fuma. Então fez um desenho e me deu de presente, onde ele, Airam, está vestido de médico e dizendo para o avô, deitado na cama doente, “Eu não falei pra deixar de fumar?”.

Dei umas pequenas pancadas com a ponta de um dos dedos no rosto de Piuzinha, uma jovem mãe aqui do Capão, para averiguar a sensibilidade. Seu filho que tudo observava, quando terminei, olhou-me com um jeito matreiro e comentou: “É, a jaca já tá madura”.

Jade ia fazer consulta. Então se escondeu cuidadosamente enquanto eu me arrumava para chama-la. Quando saí da sala ela deu um grito e quase eu caio no chão de susto. Ela morria de rir. Depois me presenteou com um desenho com a cena, inclusive comigo com os cabelos em pé. Pensei que as crianças de hoje em dia não têm mais medo de médicos. Que legal!

Estava vindo pro posto quando uma menino bem pequeno me chamou para eu parar o carro, o que fiz. Então ele se aproximou com os olhos marejados e me pediu que eu dissesse a um outro que estava mais adiante, que parasse de abusa-lo. Obedeci, mas não sei o resultado.

Ana é bem pequena e é linda. Seus olhos mostram a inteligência da menina. Sua avó teve que tomar diversas injeções no posto e trazia a criança consigo. Então ela batia na minha porta e me pedia os carimbos (que sempre tenho para a criançada) e os lápis de cor. Sentava-se no chão e ficava desenhando. Atrapalhou um pouco as consultas, mas vocês precisavam ver a cara terna dela, com uma certeza linda de que ali ela seria bem recebida e realizaria seu desejo!

As crianças são um negócio a parte aqui no posto. Na verdade não gosto de atender crianças doentes porque me dá agonia vê-las sofrendo; devia ser proibido criança adoecer.

4 comentários:

  1. É verdade. Certa vez, quando fui diretora de uma escola em Ilhéus, e havia uma criança que machucava as outras e na conversa ela me disse: diretora me socorra. Eu tô com uma dor no coração! São muito verdadeiros. Adorei os seus causos de crianças! bj

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  2. E parabéns pela vida a partir de Janeiro!Que ela seja sempre plena!bj

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  3. Grato Eulina, pelos parabéns. Estou adentrando nesta vida nova com grande alegria (afinal agora ônibus é de graça).
    Houve uma criança que me disse que sentia um tremor no coração em certa situação desagradável com a mãe. Ela era bem pequena e a própria mãe ficou mto sensibilizada com o que escutou naquela consulta. Os pequenos são especiais.
    beijão

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  4. Sempre aprendemos com o jeito ingênuo e puro de olhar a vida, que as crianças nos ensinam.
    No meu trabalho não atendo crianças, basicamente porque não suporto lidar com o sofrimento dessas. Não é que o adulto mereça sofrer, claro, mas esse tem mais recursos, enquanto que a criança é completamente vulnerável.
    Esta postagem é doce e divertida como as crianças.

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