Impressiona-me também um tipo de incêndio sem fogo: Aquele
que acontece nas prefeituras onde ocorre alternância política. Tomo
conhecimento de diversas localidades onde móveis foram surrupiados pela equipe
que se retira do poder, computadores, motores dos carros, entre outros
pertences da prefeitura, ou seja, do povo e não da equipe de governo. Além
desta forma de roubo, há o roubo das informações. Arquivos, dados, documentos,
subsídios necessários à gestão desaparecem sem deixar rastros, informações
essenciais para a governança futura são sonegadas como uma vingança inútil, mas
prejudicial à população.
A Chapada carece de algo mais para proteger-se dos
periódicos incêndios. O governo tem mantido as brigadas e tomado outras
atitudes protetoras, porém está claro que estamos precisando de uma ação mais
consistente, tanto no quesito prevenção – que envolve educação – quanto na área
do combate ao fogo quando ele se manifesta. Da mesma forma os “incêndios”
políticos precisam de um combate mais consistente. Muitos prefeitos que
perderam a reeleição ou que não conseguiram diplomar seus candidatos fazem de
tudo para dificultar a vida do seu sucessor, através do aumento da folha de
pagamentos chamando funcionários aprovados em concurso (que nunca foram
chamados antes para haver lugar para aliados), fazem dívidas, deixam de pagar
certos direitos do funcionalismo etc. enfim fazem jogadas com o dinheiro
público e com a sociedade.
O que mais me horroriza é que o gestor que se retira nem
sempre é responsabilizado pelos seus erros. Ora, se ele não paga o INSS dos
funcionários, a prefeitura futura é que passará pelo dissabor de pagar o ônus
do erro. Sou leigo nestes assuntos, mas sei que a prefeitura de Palmeiras terá que
pagar INSS de muito tempo atrás. Como fazer? Como começar o governo se já
existem limitações financeiras derivadas de erros passados?
Penso que este “incêndio” só será apagado quando a justiça
tiver suficiente agilidade para rapidamente obrigar o prefeito faltoso a pagar
do bolso dele todos os erros que tenha cometido. Que seus bens sejam
disponibilizados, leiloados, que os recursos auferidos sejam usados para
compensar os desastres que haja causado. Professoras aqui em Palmeiras descobriram
que em gestões antigas tiveram os recursos recolhidos pela prefeitura usados
para outros fins que não garantir-lhes a aposentadoria. Mas aqueles que usaram
desonestamente o dinheiro destas professoras estão muito bem de vida e circulam
livremente com seus bens, fingindo serem pessoas de bem.
O Brasil peca pela morosidade. Incêndios reais e metafóricos
grassam nas matas e nas repartições públicas. Nós, o povo, aguardamos
brigadistas e bombeiros, juízes e legislação séria.
Recebam um abraço preocupado de Aureo Augusto em 11/1/13.
Muito bem Áureo. E o que chama atenção é sua linguagem simples, que não dificulta a compreensão, e um raciocínio claro.
ResponderExcluirE chega de todo ano a gente lamentar e olhar estupefato as imagens de um incêndio, como se fosse o primeiro.
É de lenhar, meu amigo, todo ano, todos os anos!
ResponderExcluirgrato.
abraço.
Aureo, de todos os incêndios acredito que um dos mais devastadores constitui o total desrespeito à cidadania, aos direitos sociais das pessoas, dentre os quais destaco o direito à Saúde. Apesar de ser um passarinho carregando água no bico pra apagar o incêndio de uma grande floresta, continuo acreditando ser o melhor a fazer... reunir outros passarinhos pra esta difícil, mas relevante tarefa. Abraço
ResponderExcluirGrato, Renata, pelo seu comentário. Sim, existem muitos passarinhos carregando água no bico e é por eles (e gente como vc) que os incêndios que devastam os direitos sociais não alcançaram seu objetivo terrível.
ResponderExcluirforça para vc (força para nós).