sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

INCÊNDIO NA CHAPADA, POLÍTICA "INCENDIÁRIA"

Aqui no Vale do Capão estamos impactados com os incêndios florestais que grassam nas bandas do Riachinho, na trilha para Lençóis entre outros lugares. Como sempre admiramos a coragem, dedicação e competência dos brigadistas anti-incêndio, mas ao mesmo tempo ficamos sem entender a repetição da história. O nosso país tem muitos incêndios estranhos, como aquele que grassou na Secretaria de Educação de Salvador.
Impressiona-me também um tipo de incêndio sem fogo: Aquele que acontece nas prefeituras onde ocorre alternância política. Tomo conhecimento de diversas localidades onde móveis foram surrupiados pela equipe que se retira do poder, computadores, motores dos carros, entre outros pertences da prefeitura, ou seja, do povo e não da equipe de governo. Além desta forma de roubo, há o roubo das informações. Arquivos, dados, documentos, subsídios necessários à gestão desaparecem sem deixar rastros, informações essenciais para a governança futura são sonegadas como uma vingança inútil, mas prejudicial à população.

A Chapada carece de algo mais para proteger-se dos periódicos incêndios. O governo tem mantido as brigadas e tomado outras atitudes protetoras, porém está claro que estamos precisando de uma ação mais consistente, tanto no quesito prevenção – que envolve educação – quanto na área do combate ao fogo quando ele se manifesta. Da mesma forma os “incêndios” políticos precisam de um combate mais consistente. Muitos prefeitos que perderam a reeleição ou que não conseguiram diplomar seus candidatos fazem de tudo para dificultar a vida do seu sucessor, através do aumento da folha de pagamentos chamando funcionários aprovados em concurso (que nunca foram chamados antes para haver lugar para aliados), fazem dívidas, deixam de pagar certos direitos do funcionalismo etc. enfim fazem jogadas com o dinheiro público e com a sociedade.

O que mais me horroriza é que o gestor que se retira nem sempre é responsabilizado pelos seus erros. Ora, se ele não paga o INSS dos funcionários, a prefeitura futura é que passará pelo dissabor de pagar o ônus do erro. Sou leigo nestes assuntos, mas sei que a prefeitura de Palmeiras terá que pagar INSS de muito tempo atrás. Como fazer? Como começar o governo se já existem limitações financeiras derivadas de erros passados?

Penso que este “incêndio” só será apagado quando a justiça tiver suficiente agilidade para rapidamente obrigar o prefeito faltoso a pagar do bolso dele todos os erros que tenha cometido. Que seus bens sejam disponibilizados, leiloados, que os recursos auferidos sejam usados para compensar os desastres que haja causado. Professoras aqui em Palmeiras descobriram que em gestões antigas tiveram os recursos recolhidos pela prefeitura usados para outros fins que não garantir-lhes a aposentadoria. Mas aqueles que usaram desonestamente o dinheiro destas professoras estão muito bem de vida e circulam livremente com seus bens, fingindo serem pessoas de bem.

O Brasil peca pela morosidade. Incêndios reais e metafóricos grassam nas matas e nas repartições públicas. Nós, o povo, aguardamos brigadistas e bombeiros, juízes e legislação séria.
Recebam um abraço preocupado de Aureo Augusto em 11/1/13.

4 comentários:

  1. Muito bem Áureo. E o que chama atenção é sua linguagem simples, que não dificulta a compreensão, e um raciocínio claro.
    E chega de todo ano a gente lamentar e olhar estupefato as imagens de um incêndio, como se fosse o primeiro.

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  2. É de lenhar, meu amigo, todo ano, todos os anos!
    grato.
    abraço.

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  3. Aureo, de todos os incêndios acredito que um dos mais devastadores constitui o total desrespeito à cidadania, aos direitos sociais das pessoas, dentre os quais destaco o direito à Saúde. Apesar de ser um passarinho carregando água no bico pra apagar o incêndio de uma grande floresta, continuo acreditando ser o melhor a fazer... reunir outros passarinhos pra esta difícil, mas relevante tarefa. Abraço

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  4. Grato, Renata, pelo seu comentário. Sim, existem muitos passarinhos carregando água no bico e é por eles (e gente como vc) que os incêndios que devastam os direitos sociais não alcançaram seu objetivo terrível.
    força para vc (força para nós).

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