SOU BLOGUEIRO!

Aconteceu de repente e demorou bastante. Há mais de um ano tentava fazer um blog. Penso que esse negócio é muito legal para a comunicação, para a interação. Tem a ver com uma conversa (embora nada substitua uma boa conversa). Porém não sou o cara mais tecnológico da face da Terra, conquanto faça esforços ingentes para alcançar algum nível de modernidade na área. Ocorre-me que quem nasceu antes dos computadores, ou tem um dom ou penará para conseguir. Os jovens lidam com os eletro-eletrônicos com a mesma facilidade dos vaqueiros no laço; mas nós os mortais mais idosos... Meus filhos me dizem que sou do tempo da TV a vapor; sentiram? Foi aí que encontrei Thiago, um sobrinho que é ‘fera’ em tudo o que é computador. Em 5 minutos passei a ter um blog com o primeiro texto. Você, que agora está lendo estas linhas, não tem idéia do que isso significou para mim. Agora sou um blogueiro! Thiago não sabe a alegria que me deu. É uma experiência interessante estar neste outro mundo. A internet tem níveis de profundidade. Um deles é ter e-mail. Ter um blog já é uma etapa mais avançada. Logo terei um site. O que o futuro me guarda, neste mundo imenso para dentro de uma virtualidade. É uma coisa muito estranha pensar em algo que tem infinitas dimensões possíveis e que ao mesmo tempo é virtual, ou seja, não existe. Não existe e nele navegamos... muito estranho.
Agora estou aqui conversando contigo por este meio (mail) e quero dizer que é uma oportunidade que tenho de lançar ao universo a enorme quantidade de coisas que me acontecem, mesmo quando estou parado. Apesar do quanto sou parado. Conversaremos sobre medicina, claro, filosofia, Vale o Capão, vida, comida, o pé de planta. Qualquer coisa. Estou entusiasmado!
Hoje o Vale do Capão está aceso de risos e conversas. Muita gente chegou para festejar aqui o São João. Carros, risos, cabelos, poeira, sol e frio, perguntas, olhos procurando, gente, dentes, expectativas. O sol lá fora brilha como se fosse tempo de sol, e aqui dentro o frio começa a alisar a pele. Logo virá a noite que será brilhante de sanfona e quentão, que é uma bebida com cachaça e gengibre; uma vez toquei na língua e aquele toque foi o suficiente pra me dizer que era o máximo aonde poderia ir com ela. Mas o povo gosta e exagera – um caiu da moto e machucou a cara de verdade. Gosto da festa, do forró, de dançar. Gosto também de ver os tocadores entrando em estado alterado de consciência só no repisar do som e o povo repetindo o movimento até uma espécie de êxtase. As consciências individuais ficam meio adormecidas e todos são engolfados em todos. Um peixe grande feito de cardume. Penso em peixe e penso o quão distante estamos do mar. E houve tempo em que o Vale do Capão foi debaixo do mar e me pergunto até que ponto isso marcou tanto o lugar a ponto de os cupins darem a suas casas um jeito de coral redondo. Vamos pensar que você chegou aqui agora. Seja bem vindo! Mergulhe na luz baça entre doce e morna no meio do frio. O Vale do Capão vai e vem no barulho da capoeira que agora está na praça. Seja bem vindo!
Além disso vou estar aqui, quase todo dia comentando coisas. Isso vai ser muito divertido.
Em 22/6/09.