No último fim-de-semana tivemos aqui no Capão uma coisa maravilhosa: Um festival de Jazz! Tudo foi legal. Veio gente pra dar de pau! Teve um momento que assistia ao show (simplesmente delicioso) do Grupo Garagem e quando terminou saí com Cybele pra dar uma olhada geral. Fiquei impressionado com a quantidade de gente. Muita gente mesmo! Como eu nunca vi aqui no Vale.
E, no entanto, tudo tranqüilo. Nada de briga, ninguém muito bêbado. Tinha um ou outro cara que exagerou na bebida, mas não a ponto da inconveniência. A polícia rodoviária e a catingueira fizeram blitz na entrada do Vale, o que foi muito bom. Deram um tratamento muito bom às pessoas, não houve truculência e pegaram várias pessoas transportando drogas (inclusive crack) o que eliminou de imediato certo tipo de gente. A mera presença da polícia teve o papel de desestimular um grupo de pessoas bem desagradáveis que adoram dizer que a polícia é algo “baixo astral”, quando este grupo sim, que é baixo astral demais, com suas drogas, incluindo o álcool, o barulho e o desrespeito aos costumes locais.
O som na medida certa, nada de bate-estaca destruindo tímpanos. Banheiros químicos (olha só que chique, tive até vontade de ir lá só pra ver como era), horários sendo respeitados...
Penso que esta experiência é ótima para a população do Capão, por vários motivos. O primeiro é quanto à questão da organização. Ficou claro que com um bom planejamento, muita gente agride menos o ambiente e o modo de vida local do que pouca gente sem planejamento. As pessoas, bem informadas, evitaram espalhar lixo. Inevitavelmente houve sujeira, claro, mas nada daquela exaltação de mijo e bosta por toda parte. Nada daquele cheiro amoniacal nos cantos escuros ou menos visitados.
Também me parece muito boa a oportunidade da gente experimentar boa música. O Vale tem um padrão musical muito legal graças ao Coral do Vale, às escolas etc. Mas o bombardeamento da música barulhenta e midiática, voltada para a exploração e o incentivo de uma sexualidade adulterada (e não liberada como alguns dizem), que busca lucro fácil, está presente em toda parte. Por isso eventos como este nos ajudam a educar o ouvido e ensina-nos uma beleza também quente, menos fácil e viciante.
Uma mulher de meia-idade, nativa, conversou comigo de sua alegria porque não teve fedor de maconha. Comentou que quem quiser fumar que o faça em suas casas, não na praça, como acontece quando a polícia não está. Outras duas senhoras que encontrei na apresentação do Garagem estavam muito felizes porque tinham muito trabalho fazendo comida pra os visitantes e aproveitaram alguns minutos para deliciar-se na praça. Um jovem me disse que queria que fosse de Reggae. Mas depois disse que gostou apesar de tudo (!). Ainda bem que gostou, pois seu ouvido merece reggae, que é um ritmo muito gostoso, mas merece também samba, jazz, blues, clássicos e outros.
Para que exerçamos o livre arbítrio precisamos conhecer outras opções e não apenas o que nos martela a publicidade.
Teve trabalho para todos, alegria para todos, música para todos. Paz para todos!
Agora aguardo ansiosamente o próximo no ano que vem.
Um beijão pra todos, Aureo Augusto.
De fato Aureo , o festival foi maravilhoso...atrações fantásticas em meio ao clima harmonioso e aconchegante do vale! Espero com ansiedade positiva o ano que vem...
ResponderExcluirAbraços.
COm certeza Estarei aí o ano que Vem... Para o Festival, é Claro, o que não impede de eu aparecer antes para curtir outras coisas... Esses seus posts sobre o capão só reforçam a vontade de estar aí sempre. Muito Boa a inciativa de Ter Um festival de Jazz aí no Vale. Várias pessoas vierama mim para perguntar a respeito.
ResponderExcluirMuito Boa a iniciativa! Transmita Meus Parabéns aos organizadores Tio .... Abraços!
É minha filha foi e gostou muito, ela canta e participou de oficinas e ficou muito feliz em estar de novo no Capão. Perguntada por mim sobre o uso da maconha, ela disse que não sentiu cheiro algum. Confesso que fiquei aliviada em contrapartida comentou sobre a excelente comida saudável do Capão.Se der irei ano que vem.Isto prova que música não precisa mesmo estar aliada à droga.
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