sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

QUANTA GENTE!

Estava eu na fila do supermercado de Medinho quando uma turista, atenta à conversa que eu tinha com um nativo comentou que devia ser difícil para nós ver tanta gente “invadindo” o vale neste momento de ano novo. Parei um pouco, porque na realidade isso não me incomoda, e acredito que não incomoda à maioria dos moradores. Como já comentei em outro momento, alguns, como Beli, se aborrecem com o Vale nos períodos em que acorrem poucos visitantes. Isso aqui fica chato – para ela. Quanto a mim, gosto de olhar a praça com as pessoas andando de um lado para outro e os artesões tentando vender desde bugigangas muito vagabundas a adornos de prata ou ouro de elaborada e inspirada forma (obviamente os primeiros vendem mais do que os outros, que, aliás, costumam ser menos ativos vendedores). Gosto com a consciência de que isso não acontece todos os dias e de que logo vou para minha casa, lá no fundo do vale, onde não acontece este movimento todo e o rio me aguarda para um banho tranquilo.

Escrevi o texto acima ontem; hoje cheguei ao trabalho cedo e dei de cara com o lado negativo. A praça suja e cheia de latas de cerveja abandonadas. Restos de comida na porta do posto. Uma cena bem feia. Não pude deixar de pensar que as mesmas pessoas que deixaram tal desordem veem ao Capão para curtir um lugar onde a ecologia é respeitada. Quanta contradição! Todos nós temos algum grau de incoerência, porém é chocante a discrepância entre o discurso ambientalista desses visitantes e o desrespeito que observei. Ou será que pensam que meio ambiente é apenas aquele ao redor das cachoeiras? A rua é meio ambiente também. Aliás, o lixo da rua em algum momento cairá no campo, na mata, no rio...

O lixeiro, notando que eu estava chocado com a sujeira, aproximou-se e me disse que quando ele limpa as festas daqui mesmo, e quando não tem tanto turista, o lixo é bem menor. “Acho que eles ainda não aprenderam”, disse.

Parece que não. Mesmo assim, após a deliciosa chuva bordada de relâmpagos da noite passada, o vale brilhou intensamente com a chegada da luz do dia regalada pelo sol que se espreguiça até agora entre as nuvens. As visitas ainda não acordaram da farra noturna, mas algumas já se esgueiram por entre luzes e sombras de uma manhã que anuncia um dia promissor. Novas levas de pessoas desembarcam das rurais e das vans, olho-as e me deleito.

Recebam um abraço deleitoso de Aureo Augusto.

2 comentários:

  1. Oi Aureo, meu nome é Yuri, já me consultei com você uma vez em Salvador, dpois disso nos correspondemos algumas vezes por e-mail, mas ultimamente tenho tentato falar om você via e-mail(seu provedor era terra) com você e não tenho coneguido. Há cinco anos atrás fui diagnosticado como bipolar já tomei todos os remédios possíveis e não consigo ver luz. Minha companheira me sugeriu que te procurasse mais uma vez, que eu fosse para o capão passar um mes em recolhimento e d alguma meneira tendo seu suporte como médico. Se puder me escreve ou me liga. valverdeyuri@gmail.com | Tel.:(11)2639-4037 ou (11)9281-4037. Grande abraço,
    Yuri Valverde.

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  2. Pois é Áureo, é nossa fraqueza e é também nossa grande força: Somos gregários!
    Que seria de nós, como indivíduos, se não contássemos com essa característica do ser humano?
    É uma pena que a maioria dos indivíduos em nossa atualidade ainda não despertou para a situação em que se encontra: Ao redor existem os outros!
    Abraço solidário.

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