sexta-feira, 21 de junho de 2013

SÃO JOÃO COM QUARESMEIRAS

Dizer que o mundo está diferente tornou-se um lugar comum, mas o mundo está diferente!

O inverno chegou ao Vale do Capão e compensa nos corações a seca que assolou o mundo nos últimos meses. Os córregos inda não se recuperaram e muitos sequer voltaram a funcionar, mas já podemos divisar a Cachoeira do Batista, bela como a cabeleira branca de uma cigana idosa, roçando o flanco da serra. O frio abranda os humores e encolhe as almas chamando-as ao calor das fogueiras juninas. Tudo está arrumado, bandeirolas e janelas decoradas com cortinas de chita acenando boas-vindas aos que chegam para sentir frio, ouvir música, agradarem-se os olhos das belezas todas, dançar até o dia acordar do sono que não se permitiu, beber quentão a bebida típica da festa do São João.

A novidade é que devido às coisas do tempo e do clima, desta feita juntou-se a Quaresma com o São João. O vale está tomado da beleza das quaresmeiras que povoam o verde onipresente (mesmo na seca atroz que nos afetou) com manchas violáceas e magenta. O chão em vários lugares fica topado de pétalas que criam um jogo aos olhos entre o marrom e a areia e o roxo e o carmim, criando ilusões de movimento que nos remetem aos estados alterados de consciência quando caminhamos ensimesmados nos pensamentos de vida, amor, saudade, alegria, fantasia, planejamentos e poesia. Sim, o Vale do Capão não me desilude a alma que dele espera nada menos que o feérico.

Receba um abraço junino de Aureo Augusto.

Um comentário:

  1. Olá doutor Áureo, estou fazendo uma matéria para a Revista [B+] sobre a crescente ida de soteropolitanos para morar no Capão e gostaria muito de poder conversar alguns minutos por telefone. Te mandei um email, mas caso não receba por favor entre em contato comigo no carolina.revistabmais@gmail.com
    Abs.

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