Dizer que o mundo está diferente tornou-se um lugar comum,
mas o mundo está diferente!
O inverno chegou ao Vale do Capão e compensa nos corações a
seca que assolou o mundo nos últimos meses. Os córregos inda não se recuperaram
e muitos sequer voltaram a funcionar, mas já podemos divisar a Cachoeira do
Batista, bela como a cabeleira branca de uma cigana idosa, roçando o flanco da
serra. O frio abranda os humores e encolhe as almas chamando-as ao calor das
fogueiras juninas. Tudo está arrumado, bandeirolas e janelas decoradas com
cortinas de chita acenando boas-vindas aos que chegam para sentir frio, ouvir
música, agradarem-se os olhos das belezas todas, dançar até o dia acordar do
sono que não se permitiu, beber quentão a bebida típica da festa do São João.
A novidade é que devido às coisas do tempo e do clima, desta
feita juntou-se a Quaresma com o São João. O vale está tomado da beleza das
quaresmeiras que povoam o verde onipresente (mesmo na seca atroz que nos afetou)
com manchas violáceas e magenta. O chão em vários lugares fica topado de
pétalas que criam um jogo aos olhos entre o marrom e a areia e o roxo e o carmim,
criando ilusões de movimento que nos remetem aos estados alterados de
consciência quando caminhamos ensimesmados nos pensamentos de vida, amor,
saudade, alegria, fantasia, planejamentos e poesia. Sim, o Vale do Capão não me
desilude a alma que dele espera nada menos que o feérico.
Receba um abraço junino de Aureo Augusto.
Olá doutor Áureo, estou fazendo uma matéria para a Revista [B+] sobre a crescente ida de soteropolitanos para morar no Capão e gostaria muito de poder conversar alguns minutos por telefone. Te mandei um email, mas caso não receba por favor entre em contato comigo no carolina.revistabmais@gmail.com
ResponderExcluirAbs.