Couve, legume de mil virtudes.
Hipócrates (séc. V a.C.)
Seu nome científico é Brassica
oleracea acephala, e é uma das plantas mais importantes para nós, seres
humanos; há muito queria escrever sobre a couve, mas era difícil resumir o
tanto de bom que há nela – aqui vai uma tentativa.
Faz parte de uma família de plantas, chamadas crucíferas, que inclui o maravilhoso
repolho (Brassica oleracea capitata) e
o sensacional brócolis (Brassica oleracea
italica). Apenas de passagem acrescento que neste gênero, Brassica (família das crucíferas),
também temos o rabanete, o agrião, a mostarda e a canola (variedade da colza). Esta
última foi difamada na internet quando se divulgou que o óleo de canola era um
refugo industrial do petróleo. Fiquei assustado quando li, mas logo depois uma
amiga mandou-me por acaso uma foto dela passeando em uma plantação de canola na
França. Este episódio me fez ainda mais desconfiado das informações na internet
(será tema de outo post).
A couve é tão legal que os gregos antigos achavam que a
urina de mulheres grávidas que comessem muita couve era medicinal. Foram os
primeiros que intuíram a sua riqueza em vitamina A (antes de as vitaminas serem
descobertas). Mas além da vitamina A, ela tem propriedades medicinais que
justificam sua presença na mesa, pelo menos 2 vezes por semana: é expectorante
em problemas respiratórios; protege a mucosa do estômago – importante contra
gastrites e úlceras; para problemas do fígado; muito boa para tudo o que afeta
a pele – eczemas, coceiras; ajuda a regularizar o funcionamento do intestino,
ou seja, contra prisão de ventre (obstipação). Como se não bastasse tem sido
usada com sucesso contra dores de cabeça, dores musculares e neurogênicas (dos
nervos). Fontes de ferro, vitamina C, ácido fólico e a já mencionada vitamina
A.
Você acha muito? Imagine quando souber que as antocianinas,
os sulforafanos e os glicosinolatos presentes na couve e suas descendentes
(repolho, couve-de-bruxelas, brócolis) são poderosas substâncias
anticancerígenas. Estudos mostram que o consumo regular de couve e das demais
crucíferas reduz em 40% o risco de câncer de mama, além de diminuir o risco de câncer
de bexiga (50%), de pulmão, do sistema digestório (estômago, intestino etc.),
próstata (comer crucíferas 3 vezes por semana é até mais protetor do que
consumir tomate).
Um importante pesquisador em alimentação e câncer, Dr.
Bélivau afirma: “de todos os vegetais comestíveis para os humanos, os legumes
crucíferos são provavelmente aqueles que contêm a maior variedade de moléculas
fitoquímicas com propriedades anticâncer”.
Como se não bastasse, a couve tem uma relação
magnésio/cálcio que faz com que o cálcio desta folha seja mais bem absorvido e
utilizado pelo organismo que o cálcio do leite e derivados. O que contribui
significativamente para a calcificação óssea, melhor funcionamento dos
músculos, redução de peso, regulação da pressão arterial, entre outras
vantagens. Aliás, seu teor em magnésio faz com que tradicionalmente seja vista
como boa para o mau-humor e o desânimo.
Vamos “cair matando” na couve?
Recebam um abraço couvístico de Aureo Augusto.
Dr. Áureo, é sempre gratificante ler os seus textos e esse da couve está muito bom. Gosto muito do Reino Vegetal e a couve é bem consumida aqui em casa. Obrigada por textos tão educativos.
ResponderExcluirGrato, Lídia, pelo seu comentário.
ExcluirAinda bem que vcs em sua casa comem bastante couve. Convidem-me (rsrsrs)
abração
Dr.Aureo, Quando quiser pode vir.Moro numa fazenda pertinho de Irecê. Será um prazer recebê-lo aqui. Sinta-se à vontade. Abraços Lídia
ExcluirGrato querida, quem sabe apareça por aí, aviso antes.
ExcluirAbraço