sexta-feira, 29 de outubro de 2010

RELÂMPAGOS E TROVÕES

Foi um belíssimo espetáculo a noite passada e não posso deixar de partilhar com vocês. As nuvens se reuniram encorpadas durante a tarde e logo que a tarde esmoreceu quando o sol se foi começou uma chuva com as gotas esparsas. Muito ao longe já no meio do dia dava para escutar trovões. Aos poucos se achegaram ao Vale e quando já estava escuro o mundo estremeceu. Foi uma daquelas tempestades pra não esquecer!

Pus uma roupa abrigada e me sentei na varanda. Os ventos irregulares lançavam em minha cara gotas grossas da chuva enquanto lá no zênite relâmpagos chispavam. Fiquei olhando cada detalhe. Houve tempo para tanto. A luz fugaz dos raios revelava as árvores curvadas ao peso da chuva, os ciprestes do jardim me traziam Van Gogh à lembrança. Em segundos o negror quase absoluto (quebrado pela luz de um poste que se mostrava entre as folhagens densas) abandonava os olhos e os clarões revelavam as serras. O Morro Branco, bem defronte de minha casa, como a tela de um cinema, plano e claro refletindo a luz azulada, rápido movimento da luz, bafejos de vagalumes gigantes. E a cada explosão da claridade cedo ou um pouco depois o ruído do trovão igualzinho (só que mais alto) aos filmes de guerra.

Ali fiquei uma boa parte da noite até que o sono desceu as pálpebras ao vencer a consciência desperta e o ruído que abalava a terra.

Hoje saí, como de costume, a caminhar e tomar banho no rio. Tudo muito mais bonito. As folhas lavadinhas, escovadas e brilhantes, o rio cheio rugindo, os pássaros mais alucinados do que nas manhãs de costume.

Agora partilho com vocês o regalo que o presente me trouxe. Recebam meu carinho.

Aureo Augusto

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