sábado, 18 de setembro de 2010

MUSEU GULBENKIAN e os JOVENS DE NEGRO

Hoje passei todo o dia no Museu Calouste Gulbenkian. Não dava pra fazer mais nada. Entre o Museu, a Biblioteca e o Centro de Arte Moderna as horas foram passando. No meio das visitas almocei no restaurante do museu que tem uma magnífica vista para um dos jardins, povoado de pássaros.
Cheguei antes da hora e me dediquei a passear, a me perder no meio dos jardins, com córregos e lagos repletos de nenúfares, patos, pássaros e pombos. Recantos secretos com bancos acolhedores apenas esperando-nos. Quando abriu o museu foi se descortinando centenas de anos da arte de nossos antepassados.
Calouste Gulbenkian foi um armênio nascido na Turquia, filho de pais ricos, tornou-se milionário lidando com petróleo. Na Segunda Guerra Mundial quis ir viver em um país neutro e escolheu Portugal onde viveu os últimos treze anos de vida. Gostou do país, o que não é novidade, dada a sua beleza e às maneiras dos nativos, e ao falecer doou toda a sua coleção de arte e uma quantidade de dinheiro inacreditável para a criação de uma fundação, que veio a receber o seu nome e que se dedica à educação e à arte entre outras coisas. Existem no mundo vários museus Gulbenkian. A fundação tem um importante papel no desenvolvimento da cultura em Portugal e no mundo, desde que foi fundada. O homem era ligado em colecionar objetos de arte e tudo o que está exposto é a sua coleção particular que tem desde moedas gregas do século V a.C. até a arte dos impressionistas franceses do século passado. Impressiona particularmente as moedas, tão pequenas e tão perfeitas e os azulejos turcos. Mas o que digo? Impressiona também as telas de Camile Corot e Turner, os dípticos em marfim do século XIV, os biombos, tudo! É coisa pra ver com muito cuidado, com muito vagar. E foi o que fiz e não fiz com tudo. Foi um dia ganho!
Antes de ir pro museu, encontrei mais uma vez os jovens vestidos de negro com longas capas, semelhando uma gente medieval. Desta vez parei-os para perguntar qual era a deles. Tratava-se de um simpático casal muito jovem. Explicaram-me que eles estudavam na Faculdade de Ciências e esta era uma tradição, vestir-se daquela maneira nos primeiros dias de aula. Não é obrigatório, porém eles gostam. Outras faculdades têm roupas diferentes. Acrescentaram que em Coimbra a tradição é ainda mais forte e são encontrados estudantes se vestindo como eles em muito maior quantidade. Parece que aqui eles gostam de estudar. Muito legal!
Um abraço, Aureo Augusto.

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