sábado, 11 de setembro de 2010

OS NATIVOS DE LISBOA, PRIMEIRAS IMPRESSÕES.

Os nativos são pessoas muito parecidas conosco, brasileiros. Talvez porque somos, em muito deles descendentes. Porém há uma salutar mistura de povos aqui em Lisboa. É bonito ver angolanos com suas vestes coloridas, mulheres hindus com seus panos enrolados pelo corpo, gente das ilhas etc. Além destes a fauna impressionante dos turistas de tudo quanto é lugar do mundo, inclusive nós, Cybele e eu, mas, principalmente, holandeses, belgas e alemães. Pelo que temos reparado até agora, os portugueses são frios e mesmo um tanto ríspidos em um primeiro momento. Mas em minutos se tornam receptivos e acolhedores. Gostam de ensinar o caminho ou contar alguma coisa – às vezes fazem muitos rodeios para responder a uma coisa simples. Mas fazem isso de bom grado. As poucas vezes que comparamos Lisboa com Salvador, eles demonstram que não ficam felizes com estas comparações. Em certo momento quando um lisboeta me explicava que tem a cidade alta e a cidade baixa, exclamei que em Salvador era assim também; ele me cortou de imediato, dizendo que era diferente. Não insisti.
São agradáveis, mas há algo de nervoso nos lisboetas. Talvez por conta disso as calçadas estão lastradas de pontas de cigarros. Fiquei impressionado com a quantidade de gente que fuma. No tráfego, são um pouco bruscos; e não apenas os taxeiros. Freiam e aceleram, manobram com uma postura irrequieta, pelo geral. Fico curioso para ver como são os portugueses do campo. Será que esta coisa inquieta e brusca é fruto do progresso, da azáfama natural dos grandes centros?
Hoje fui com Cybele ver o Oceanário. Uau!!! Extraordinário, maravilhoso, exuberante. Aliás, o Parque das Nações onde está situado é impressionante. A gente sai do Chiado ou da Alfama, que são bairros antigos e cai no século XXII. Parece que entramos em um filme de ficção científica. O contraste acentua a beleza. Então entramos no Oceanário e nos deparamos com um aquário gigantesco, com centenas de peixes de todos os tamanhos nadando com aquela placidez que a água transmite. Há um silêncio... Os peixes aproximam-se do vidro ostensivamente, principalmente as arraias, os linguados e os bacalhaus. Parece que têm curiosidade conosco, a mesma que temos com relação a eles. Além deste superaquário, ainda temos inúmeros outros ambientes marinhos, correspondendo aos diversos oceanos, a locais mais ou menos profundos, recifes de corais, habitat de pingüins (com visão acima do nível da água e por baixo, quando podemos vê-los em seus mergulhos), mangue etc. É impactante. Principalmente pelo silêncio que inspira (apesar do ruído das crianças e dos sons guturais dos turistas). Em alguns momentos as pessoas retiram-se para um silêncio de peixes, não todos, mas muitos, alguns mais do que os demais. Havia um jovem oriental, provavelmente japonês, assim me pareceu, com roupas modernas e abundância de tecnologia. Notei o quanto ele silenciava junto aos peixes. Ficávamos Cybele, eu e ele em muitos momentos parados enquanto a multidão se movia como ondas castigando os arrecifes.
Visitamos também o zoológico, que tem muitos animais, mas como os demais zoológicos que conheci, me dão uma sensação opressiva, algo me dizendo que tem algo errado ali. Toda definição refere, não apenas ao objeto em si, mas também ao seu entorno. Um elefante na selva é igual a um elefante sobre o cimento ou o saibro cercado? Estas palavras não remetem críticas, apenas revelam pensamentos.
Uma coisa é certa, as girafas têm olhos sumamente ternos.
Recebam um abraço carinhoso de Aureo Augusto.

4 comentários:

  1. Que beleza de viagem, Áureo! Siga aproveitando. Quanto ao portuga que disse "ser diferente" urbanização de Salvador com Lisboa, pra mim é saudade de um imperialismo já enterrado. é o mesmo idioma e a mesma idéia. Porto Seguro e Maputo também têm cidade alta e baixa e foram cidades fundadas por portugueses, como Lisboa.

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  2. Legal, Alden,
    e como vai seu rebento? E sua esposa?
    Receba um abração

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  3. Que bom Aureo!fiquei alegremente surpresa com esta novidade de vocês em Portugal!...Mas é maravilhoso...Fico feliz por vocês. Falei para Pádua que achou a novidade ótima também. Lendo suas aventuras em Lisboa, lembrei de nossa passagem há alguns anos por aí... A Igreja do Jerônimos, realmente é fantástica. Gostamos muito da cidade e do povo. Tivemos a sensação de estar na casa dos avós!...Vejo que estão viajando e aproveitando bastante...Que aproveitem bem, tudo que têm direito e algo mais!...Beijos em Cybele...Abraços saudosos, Inês

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  4. O Lucas está crescendo e se desenvolvendo bem. Hoje mesmo foi na pediatra. Cada dia está mais bonito e esperto. Tem imagens para conferir no flog da gente. Suiá está muito feliz e aproveitando bastante a maternidade. No fim do ano estaremos em Salvador, para que ele conheça e seja conhecido pelas Cidades Alta e Baixa. Se estiveres por lá, avise, que podemos nos encontrar. Abraço forte.

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