sábado, 18 de setembro de 2010

A QUESTÃO DA ALIMENTAÇÃO

Quando comentamos com algumas pessoas que viríamos a Portugal foi unanimidade que teríamos problemas com a alimentação já que somos naturistas. Claro que fiquei um pouco preocupado com isso. Todos diziam que em Portugal o peixe é onipresente, mesmo nas saladas. Não foi isso que aconteceu.
Temos encontrado numerosos restaurantes com opções para vegetarianos, mesmo nos lugares típicos. Aqui tem uma comida típica, a pita, que é uma espécie de pão fino com um buraco no meio onde se coloca todo tipo de comida. Hoje fomos visitar o mosteiro dos Jerônimos, que é uma coisa inacreditável. Impressionante a igreja, sua altura de tirar o fôlego, o cuidado nos detalhes... O português, tenho notado, é dado à burocracia. Às vezes anotam coisas que observo não seria necessário, ou passam papeizinhos onde bastaria dizer tudo bem. Será que tal afeição pela picuinha vem do passado detalhista do período manuelino da arquitetura? Mas saindo desta viagem hipotetizadora e voltando para a alimentação, acho que o pessoal que nos disse que aqui não se comia natural não abriu os olhos. As saladas são sensacionais. A parte cozida não é tão boa, mas isso não significa que seja desprezível. Dá pra passar muito bem. Pois bem, você, leitor, acha que já me perdi no papo e que não vou mais falar da pita. Mas nem vem, pois retorno ao tema: Após ficar embevecido com a igreja e com o jardim interno, saímos a comer algo e no restaurante de comidas típicas ali estava a pita com recheio vegetariano, a escolher, ou seja, com diversas variedades. O pão não era integral, mas o recheio compensava. Aliás, pão integral é sumamente comum. Em quase todos os lugares onde comi, havia esta opção. A maior parte excelentes e os que não alcançam esta qualificação são muito bons, pelo menos. Notei que estou emagrecendo, mas não porque coma pouco e sim porque as saladas são tão grandes que acabo não me interessando pela parte cozida. Agora tenho comido coisas um pouco mais ricas em calorias para que não acabe “entrando na garrafa”, como se dizia antigamente.
Assim, caro amigo que procura alimentação natural, pode vir, que não vai se decepcionar.
Hoje também fui ver a torre de Belém. É linda, mas não fica mais no meio do mar como na época em que Cabral veio para o Brasil. Com o tempo a foz do rio Tejo estreitou de modo que a belíssima torre está ao alcance dos nossos passos. Havia pensado em pegar areia de perto da torre, para levar ao Brasil e dar de presente para as pessoas; afinal dali saíram os navios que colonizaram nosso país. Mas quando cheguei lá, não achei a areia muito limpa, também pensei que quase ninguém é assim tão amante de história e por último, a areia que estava aqui quando saíram os grandes navegadores portugueses dos séculos XV e XVI era outra. Vou ter que levar outra lembrança!
em 18 de setembro de 2010, desde esta lonjura mando uma lembrança para vocês!
Aureo Augusto

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